O momento mágico de quem decidiu adotar um filho
Os brasileiros adotaram 1.226 crianças e adolescentes em todo o país em 2016. As adoções foram realizadas através do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), coordenado pela Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Minas Gerais foram os estados com maior número de adoções. Em 25 de maio se comemora o Dia da Adoção.
Unindo a experiência de mãe adotiva da coordenadora da Central de Relacionamento Acadêmico dos Polos (CRP) da Uninter, Karin Schneider, e o entendimento teórico do coordenador do curso de Serviço Social da Uninter, Dorival da Costa, a dupla está promovendo uma campanha dentro da instituição para que pais e mães adotivos possam compartilhar experiências e esclarecer dúvidas dos que não entendem do tema. “Queremos mobilizar pessoas a se solidarizarem com essas crianças. O primeiro passo para resolver o problema é a conscientização”, diz Dorival.
Um formulário foi enviado a todos os colaboradores da instituição para as pessoas que viveram um caso de adoção. O objetivo é partilhar histórias. Foram recolhidos 18 depoimentos, que serão utilizados posteriormente para a produção de um livro. O curso de Sociologia encomendou 35 camisetas com estampas de incentivo à adoção que serão utilizadas pela equipe do curso.
Processo de adoção
Para um adulto adotar é necessário cumprir alguns requisitos. É preciso responder em média 100 perguntas na realização do cadastro de adoção nacional, com informações sobre o que deseja. Depois disso, a pessoa interessada em adotar receberá visitas para avaliações. A partir dessas avaliações será definido quem é apto ou não para adotar.
Esse é o primeiro passo da adoção. A segunda etapa é aproximar as características da criança e de quem deseja adotar. Em seguida, vem a aproximação física. “É um período de convivência, inicialmente, um período de uma guarda. Depois cabe ao juiz decidir pela adoção”, explica Dorival.
“Antônio sempre esteve conosco”
Antônio é primo distante da gerente de Inteligência de Mercado da Uninter, Eliane Batista Mady, e foi colocado para adoção. Hoje está com 2 anos, mas foi com 9 meses que Eliane o adotou. Mãe de um rapaz de 22 anos, ela não pensava em ter mais filhos, mas quando viu Antônio foi amor à primeira vista.
O processo de adoção de Antônio começou em setembro de 2016. Em fevereiro de 2017 Eliane já tinha a guarda provisória de Antônio e em março deste ano foi finalizado o processo de adoção. “A partir do momento que meu marido e eu decidimos adotar, pareceu que o Antônio sempre esteve conosco. Não existe diferença nenhuma”, diz Eliane.
No início, Antônio era um bebê resistente, pois havia passado por várias casas. Mas com muito amor e carinho, tornou-se mais receptivo e hoje é a alegria da casa. “A chegada do Antônio foi uma reconstrução. Revemos valores, conceitos. Ele nos fez muito bem.”
Um dia mágico
O desejo de ter uma família fazia parte da vida da coordenadora da Central de Relacionamento Acadêmico com Polos (CRP), Karin Sell Schneider, e seu marido. O processo da adoção foi rápido, assim como a certeza de que queria ser mãe. Foram quatro meses para concluir o processo e conhecer os três irmãos. “Foi um momento mágico. Um dia inesquecível”, diz Karin.
Karin adotou três irmãos: duas meninas e um menino. O mais novo tem 11 anos, a do meio tem 12 anos e a mais velha, 15 anos. Antes de conseguir a guarda dos filhos, Karin passou 30 dias buscando os filhos às 8h no abrigo e levando de volta às 20h. Essa rotina acabou depois de seis meses, quando saiu a guarda definitiva. “Todo mundo tem nove meses para arrumar um quatro, eu tive uma semana. Foi uma loucura, virei a noite pintando, costurando as colchas e almoçadas”, fala Karin.
O instinto materno se manifestou rápido em Karin. Para ela, foi um momento de emoções turbulentas, mas lindas. Hoje a única coisa que deseja é saber como estão seus filhos. “Eu não consigo imaginar minha vida sem eles. A Karin de hoje é bem melhor que a Karin de antes. Sou uma pessoa mais empática. Quando nos colocamos no lugar do outro, é impossível não nos tornarmos pessoas melhores. Ser mãe é meu papel mais importante. Eu não sei quem eu seria se não fosse mãe deles. Posso perder tudo, mas não posso perder eles”, diz com emoção.
Adoção à brasileira
O coordenador do curso de Sociologia da Uninter, Everson Araújo Nauroski, é pai adotivo. Hoje, o filho Rafael, tem 16 anos, mas foi com um ano e meio que Everson o adotou.
De primeiro momento foi uma adoção a brasileira, termo usado para se referir a adoções sem a participação do Estado. Foi através de um amigo que Everson conheceu a família de Rafael. A criança estava prestes a ser colocada para adoção. “Foi muito impactante. Foi intuição. Tivemos nítida certeza que era aquilo que devíamos fazer”, conta Everson.
Desde então, Rafael não saiu de perto do pai adotivo. Para o coordenador, a independência que os filhos desenvolvem ao longo do tempo é um momento marcante. “Acontece um afastamento. É inevitável, mas quando você vê acontecendo percebe o quanto o filho cresceu e que agora está dando os próprios passos”, diz.
Sobre a adoção, Everson incentiva e aconselha a ser feito o processo correto. Pois mesmo que a intenção seja boa, pode acarretar problemas. Para ele tudo deu certo e desde a chegada de Rafael é só alegria. “Adotar é um gesto muito humano. É um amor que você escolhe”, conclui.
Realidade das crianças
Diferentemente do filho biológico, a criança adotada carrega uma história difícil. Essas cargas podem afetar aspectos psicológicos e cognitivos das crianças. “Temos que entender essas histórias e ter paciência para ajudar as crianças a superarem o passado”, afirma a professora e presidente do grupo de adoção de São José dos Pinhais, Fabiana Kadota.
Procurar profissionais habilitados para acompanhar o desenvolvimento psicológico dos filhos foi uma preocupação de Karin. Durante a fase de convivência no abrigo, as crianças são muito afetadas devido à falta de vínculo familiar. Dificuldades no aprendizado e alimentação irregular é uma barreira encontrada por muitos pais adotivos, principalmente na fase inicial. “Quando a criança joga a culpa da nota baixa no fato de ser adotada, é um momento importante para deixar claro que são situações que devem ser tratadas separadamente”, conta avalia Fabiana.
Autor: Arthur Neves e Camila Toledo – Estagiários de JornalismoMauri König
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal
Que bacana , um lar para uma criança que não tinha esperança de ser amada. Exatamente isso ! Deveria ter mais ações assim , vejo com alegria ,e as vezes tristeza ver crianças e adolescentes nas ruas , sofrendo pelo tempo , ou injustiçado pela por pessoas. Temos que respeita Las , e no possível ajudar .
Eu quero criar uma criança
Eu e meu esposo decidimos adotar uma criança
É um sonho é adotar uma criança é um sonho e eu quero realizar ele tem uma criança aqui perto me cuidando dando respeito carinho e amizade
Eu e meu marido decidimos adotar uma criança
Meu sonho adotar uma criança esse é meu sonho desde pequena muito antes de eu ter idade pra pensar nisso
Eu gostaria muito de adotar um bebe
eu quero muito ser mãe por isso resolvir adotar um filho