O marketing do futuro fala de valores humanos
Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de JornalismoO marketing tradicional e o marketing digital estão mais próximos do que pode parecer. Embora os tempos atuais evidenciem as novidades do marketing digital, sem o marketing tradicional o mercado não poderia se transformar. Professores dos cursos de Marketing e Marketing Digital da Uninter, Achiles Junior e Maria Carolina Avis conversaram sobre as transformações do marketing através dos tempos em uma live transmitida pelo canal oficial da Uninter no Youtube, no dia 15.out.2020 (você pode acessá-la clicando aqui).
“Tudo na vida evolui. As coisas mudam, o mundo mudou bastante nos últimos anos. Temos uma aceleração no comportamento do consumidor que ocorre há algum tempo. Como era o consumo na época dos seus avós, dos seus pais, como é hoje?”, questionou o professor Achiles.
O marketing hoje é 5.0. O que representa a consolidação de um modelo iniciado nas fases anteriores. A área ganhou destaque no período pós-guerra, nos anos 1950. Era voltado para produtos. Essa fase pode ser entendida como as marketing 1.0 e 2.0. Depois, no marketing 3.0 e 4.0, as empresas começaram a se preocupar com as sensações, em como ter uma ligação mais afetiva com o cliente. Atualmente, o marketing 5.0 promove as empresas por meio de valores. Uma empresa não pode mais apenas vender um produto, deve também promover mudanças positivas no ambiente em que está inserida.
Os tempos atuais mostram que o marketing pode se aliar a outras áreas da comunicação, como o Jornalismo. A série de matérias Solidariedade S/A, veiculada dentro do Jornal Nacional da Rede Globo, mostrava ações sociais promovidas por empresas do Brasil todo. “Os consumidores estavam esperando alguma coisa de suas marcas. No auge da pandemia, quando a mídia falava a todo momento sobre o tema, o Jornal Nacional tinha uma inserção que mostrava a ação positiva de uma empresa. Ou seja, dentro do noticiário, você mostrava ações solidárias, esse é um novo modelo de marketing, oriundo do marketing 5.0”, comentou Achiles.
O mercado mudou bastante nos últimos 70 anos, e a forma de se fazer marketing também. Nunca foi tão importante conhecer seu público. A professora Maria Avis explicou melhor: “Marketing é marketing seja no ambiente digital ou não. No ambiente tradicional, costumávamos utilizar a definição de público-alvo. Aí você tinha um intervalo de idade – mulheres de 20 a 30 anos, por exemplo. Hoje, já não se consegue isso. Uma mulher de 20 anos consome completamente diferente de uma mulher de 30. Eu tenho 26, estou ali no meio e consumo completamente diferente”.
Por isso, é necessário conhecer as gerações, desde os baby boomers (nascidos nos anos 1940) até a geração Z (nativos digitais, maioria nascidos depois dos anos 2000). “As gerações carregam percepções diferentes de mercado e consumo. Antes, se falava em público-alvo e resolvia. Hoje tem que saber se o público-alvo é de uma geração específica, localidade específica, se ele tem hábitos de consumo digital ou tradicional, pode ser consumo híbrido também”, ponderou Achiles.
Outra tendência observada pelos professores são as marcas promovendo experiências. “A experiência está em alta. Porque nós nos importamos muito mais com as causas e os valores do que com o preço. As pessoas normalmente não se interessam pelo mais barato, mas pelo que é melhor. Uma pesquisa mostrou que 37% das pessoas preferem comprar de marcas que se importam com a pandemia”, comentou Maria.
As empresas terão que se adaptar a esse modelo de Marketing 5.0, pois o fator emocional conta na tomada de decisão do cliente. E quem terá que acompanhar essas tendências são os profissionais de marketing. Mas como fazer quando se tem dificuldade para absorver as novas informações? “O que eu aconselho é não tentar decorar as coisas, consuma conteúdo de várias fontes e tente entender a aplicação desses termos. Busque ações de empresas que utilizaram o que você está estudando”, aconselhou Maria.
“É muita informação. O que importa é a triagem, você deve se apegar àquilo que vale a pena para você. É desumano tentar aprender tudo, pois o volume de informação é muito grande. Aproveite seu tempo, desligue um pouco. Com qualidade de vida fica mais fácil absorver informação”, complementou Achiles.
Os professores mantiveram o bate-papo respondendo dúvidas dos presentes. Para Maria Avis, falar de marketing é uma satisfação. “Gosto de falar sobre marketing porque todos somos consumidores”. O professor Achiles relembrou que marketing é um conceito cujas ferramentas só crescem, e para acompanhar esse mercado é preciso deixar o preconceito de lado. “Não é porque nós não conhecemos algo que isto não funciona. Nem sempre aquilo que você considera velho, errado ou ruim, não tem público”, finalizou.
Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: lalesh aldarwish/Pexels