O embate entre China e Hong Kong no foco da ciência política e relações internacionais
Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de JornalismoOs cursos de Relações Internacionais (RI) e Ciência Política (CIPOL) da Uninter contam com o Observatório de Conjuntura, um projeto de extensão dedicado ao estudo de temas atuais no cenário da política internacional.
Segundo o professor André Frota, os objetivos do projeto são: formar uma rede colaborativa entre alunos, ex-alunos, professores, orientadores educacionais e demais interessados para o estudo de temas da conjuntura política nacional e internacional; criar uma ponte entre as teorias trabalhadas nas disciplinas regulares e os temas da conjuntura, e assim integrar ensino, pesquisa e extensão.
André e a coordenadora do curso de RI, Caroline Cordeiro, realizaram um bate-papo online sobre “Hong Kong e a Lei de Segurança Chinesa”. Essa lei vem sendo alvo de protestos violentos desde o ano passado, pois restringe liberdades dos habitantes de Hong Kong, província que, apesar de pertencer à China comunista, vive sob um sistema próprio de legislação, mais próximo do ocidente capitalista.
A convivência entre o lado comunista e o lado capitalista, até recentemente amistosa, era resumida na expressão “um país, dois sistemas”. Mas agora, ao que tudo indica, o governo central da China resolveu impor seu poder e eliminar essa dualidade.
Caroline explica melhor essa imposição: “Com a aprovação dessa lei, a China pode estipular medidas mais duras em Hong Kong, relacionadas ao hino, que é obrigatório e não pode ser desrespeitado, e proibir quaisquer atos subversivos, que seriam os protestos, por exemplo, acabando com a liberdade de expressão”.
Para entender esse cenário, voltamos ao ano de 1842, quando a dinastia Quing (última dinastia do império chinês) foi derrotada na “Guerra do Ópio”, que envolveu Reino Unido e Irlanda. Nesse mesmo ano, Hong Kong deixou de pertencer à China e se tornou uma colônia britânica. Um século depois, na Segunda Guerra Mundial, a região foi ocupada pelos japoneses, e depois da guerra retornou ao domínio britânico. Em 1997, os ingleses finalmente devolveram o controle do território à China.
Desde então, Hong Kong se tornou uma “região administrativa especial”, resguardando certas características do mundo capitalista, e seus habitantes gozam de liberdades que não são respeitadas no restante do país.
Concluindo o bate-papo, o professor André explicou que outro fator que contribuiu para o agravamento do conflito político foi a pandemia de Covid-19. A situação emergencial cria condições para que o estado ocupe mais espaços na sociedade e exerça maior controle sobre os cidadãos. Ao final, um dos espectadores fez um comentário a respeito de uma possível cobrança à China por prejuízos decorrentes da pandemia, e o tema ficou definido como um tópico a ser abordado na próxima live.
Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Diego Delso/Wikimedia Commons e reprodução do YouTube