Número de pessoas com diabetes cresceu 61,8% nos últimos dez anos

Autor: Patrícia Carla de Oliveira (*)

Em 1991, a Federação Internacional do Diabetes (IDF), com a Organização Mundial da Saúde (OMS), criou o Dia Mundial do Diabetes para conscientizar a população sobre o reflexo da doença na saúde e mortalidade no mundo. A partir de 2006, por meio da resolução n.º 61/225 da OMS, a data passou a ser celebrada todo dia 14 de novembro, por ser o dia do aniversário de Frederick Banting, conhecido por ser um dos descobridores da insulina em 1922, junto com Charles Best.

O tema do Dia Mundial do Diabetes 2021-2023 é “Acesso aos Cuidados com Diabetes”. Dessa forma, visa conscientizar a população de que milhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso aos cuidados necessários com a doença. Além disso, há uma falta de apoio contínuo aos pacientes para gerenciar sua condição e evitar complicações. Estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas, em mais de 160 países, convivem com doença.

O termo diabetes se refere a um grupo de distúrbios metabólicos caracterizados e identificados pelo excesso de glicose no sangue, quando o organismo se torna incapaz de produzir insulina ou produz quantidade insuficiente para suprir a demanda interna do metabolismo. Os tipos de diabetes mais frequentes são:

– O diabetes mellitus tipo 1 (DM1), que é considerado autoimune e compreende cerca de 5 a 10% do total de casos;

– Diabetes mellitus tipo 2 (DM2), que é representado pela resistência a insulina e compreende cerca de 90% do total de casos.

Além desses, o diabetes gestacional (DG) também é preocupante, pois cerca de 80% das gestantes com esse distúrbio desenvolverão a doença ao longo da vida.

No Brasil, o número de pacientes com diabetes cresceu 61,8% nos últimos dez anos. Segundo dados do Atlas IDF 2019, são cerca de 17 milhões de brasileiros com o diagnóstico.

A doença apresenta riscos diversos. Níveis elevados de glicose no sangue podem contribuir para a formação de depósitos de gordura nos vasos sanguíneos, reduzindo o fluxo sanguíneo e aumentando o risco de aterosclerose ou endurecimento dos vasos sanguíneos, com consequente aumento da pressão arterial e possível acidente vascular.

Além de problemas cardiovasculares, o diabetes afeta o funcionamento dos rins, diminui a sensibilidade em extremidades como os pés, aumentando o risco de infecções, úlceras e até mesmo amputação, lesões na retina que podem levar a cegueira, entre outros desfechos negativos.

A prevenção da doença está diretamente relacionada com uma alimentação mais saudável, práticas regulares de atividade física, emagrecimento, assim como ter momentos reservados para a diminuição do estresse acarretado pela vida moderna. Os componentes fundamentais do tratamento do diabetes incluem o acesso a insulina e a medicamentos orais, automonitoramento glicêmico, educação e apoio psicológico, acesso a alimentos saudáveis e lugares seguros para se exercitar. Refletir e incentivar políticas públicas que facilitem o acesso ao tratamento do diabetes são os principais objetivos a serem alcançados pela campanha de 2021 a 2023. Se não agora, quando?

*Patrícia Carla de Oliveira é professora da Escola Superior de Saúde Única do Centro Universitário Internacional Uninter.

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Autor: Patrícia Carla de Oliveira (*)


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