Novo curso da Uninter trata do hibridismo religioso
A Uninter realizou no último dia 20 o evento de lançamento do novo curso de licenciatura em Ciências da Religião. O curso tem duração de 3 anos, todo na modalidade de educação a distância (EAD), e é destinado a formar profissionais capacitados para atuar na educação infantil, fundamental, ensino médio e técnico, em diferentes contextos, de acordo com a proposta da legislação que almeja por um Estado laico.
O evento contou com a participação de profissionais para debater a diversidade religiosa do Brasil. Houve palestras com temas ligados ao curso, como “O professor do ensino religioso na formação integral do aluno”, ministrada pelo professor Humberto Herrera Contretas, e também demonstrações de manifestações de diferentes culturas, como a Dança Hindu, apresentada pela bailarina e professora Mirian Lama Baiak.
A religiosidade brasileira é formada por quatro matrizes, que seriam elas a indígena, a ocidental, a africana e a oriental. De acordo com essas religiões-base, o mercado carecia de um curso que atendesse essa diversidade religiosa que o Brasil possui. “As discussões fluíram para um curso de licenciatura em ciências da religião, porque há a necessidade desse profissional no mercado, para abordar a todas de forma inter-religiosa, pois procura-se esse tipo de profissional para as escolas”, relata o fundador e chanceler do Grupo Uninter, Wilson Picler.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, firmou-se que a aula de religião nas escolas não é sobre a religião em si, mas sim sobre a ciência da religião. Para o professor Elói Corrêa, a Uninter supre a necessidade do mercado em formar profissionais aptos para esse tipo de ensino. “Vai formar professores licenciados em ensino da religião, que conhecem a diversidade e pegam a metodologia escolar para trabalhar em sala de aula”, conta o professor.
O curso de graduação em Ciências da Religião – Licenciatura em Ensino Religioso busca preparar os futuros professores para que sejam capazes de discutir dentro do âmbito acadêmico as diferenças da diversidade cultural e religiosa. “O professor vai aprender a como lidar com o preconceito em sala de aula. Por isso que ele tem várias ciências de apoio, ele tem sociologia, filosofia, pedagogia, psicologia, são várias áreas de conhecimento de apoio justamente para fundamentar e formar esse professor”, explica a coordenadora do curso, Marli Turetti Rabelo Andrade.
Busca pelo respeito à diversidade
“Nunca vai haver paz entre as nações enquanto não houver paz entre as religiões”. A fala vem do filósofo e teólogo suíço Hans Küng, que, após estudar os problemas que acometem a ordem global, chegou à conclusão de que a sobrevivência da humanidade depende da conscientização do homem de que é necessário uma ética mundial capaz de assegurar a convivência pacífica entre diferentes culturas, nações e religiões.
Hoje, temos múltiplas religiosidades, onde a pessoa não fica presa no limite de uma religião, de um dogma ou ritos. Ela consegue formar a própria religiosidade a partir de elementos do budismo, do espiritismo, do cristianismo, das religiões indígenas, e , com isso, nós temos cidadãos com identidades híbridas, que se identificam com mais de uma religião.
Devido a isso, a importância de entender esses dogmas vai além dos templos religiosos, necessita o estudo acadêmico, capaz de formar opiniões e saberes para lidar com a intolerância recorrente nos dias atuais. “E para que a gente consiga superar os desafios desse novo milênio, nós precisamos de conhecimento, conhecimento não mais apenas cientifico e tecnológico, mas também conhecimento mitológico, religioso, porque é o conhecimento que vai nos emancipar do preconceito”, diz Elói.
Autor: Barbara Carvalho – Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Barbara Carvalho – Estagiária de Jornalismo