Novas tecnologias representam avanço no futuro do diagnóstico por imagem

Autor: *Evelyn Rosa de Oliveira

A Ressonância Magnética (RM) é um exame de imagem fundamental na medicina moderna, pois fornece imagens detalhadas dos órgãos internos do corpo sem a necessidade de radiação ionizante. O exame é feito em um equipamento que utiliza um campo magnético fixo, que permanece ligado continuamente. No Brasil, a maioria dos equipamentos de RM possui um campo magnético de 1,5 ou de 3 Tesla.

Durante minha graduação, ouvi falar sobre equipamentos de RM de 7 Tesla usados em pesquisas científicas. No entanto, neste mês, a Comissão de Energia Atômica da França (CEA) divulgou imagens do cérebro humano vivo capturadas pela máquina de RMN Iseult, com um campo magnético de incríveis 11 Tesla. Isso representa um avanço notável no diagnóstico por imagem, pois gera imagens com qualidade sem precedentes, principalmente na área da neurociência.

Segundo informações da CEA, as imagens cerebrais divulgadas foram adquiridas em cerca de quatro minutos, o que é realmente impressionante. Em equipamentos de RM de 3 Tesla, uma varredura cerebral leva em torno de 30 a 40 minutos, com qualidade de imagem muito inferior em comparação com as imagens recém-divulgadas.

Essa revolução na qualidade da imagem aprofunda nossa compreensão da estrutura cerebral, ajudando na identificação de padrões associados à doenças neurológicas, como o Alzheimer e o Parkinson. Além disso, permite a detecção de espécies químicas com sinais fracos, como o lítio usado no tratamento de transtornos bipolares. Isso oferece novas oportunidades para entender melhor essas condições e desenvolver tratamentos mais eficazes, representando um avanço significativo na neurociência.

Embora possa parecer contraditório que o acesso à tecnologias de ponta seja viável em meio às condições precárias do sistema de saúde brasileiro, é fundamental reconhecer a importância dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias médicas no Brasil para impulsionar a melhoria geral do sistema de saúde.

*Evelyn Rosa de Oliveira é tecnóloga em Radiologia e mestre em Engenharia Biomédica. É Tutora do curso de Tecnologia em Radiologia do Centro Universitário Internacional – Uninter.

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Autor: *Evelyn Rosa de Oliveira
Créditos do Fotógrafo: Pexels


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