Nota máxima de Design de Animação ilustra carreira promissora para formandos

Autor: Nayara Rosolen - Jornalista

Com 21 anos recém-completos, Bruna Dal Pizzol conquistou o diploma superior há três meses e conseguiu transformar uma paixão de infância em profissão. Egressa do curso de Tecnologia em Design de Animação no polo da Uninter em São José dos Pinhais (PR), a jovem admirava animações e desenhos desde criança, mas foi só em 2020 que passou a se dedicar às ilustrações, o que a levou a ingressar na graduação.

A experiência no centro universitário proporcionou o desenvolvimento de um projeto para a organização social Escolhidos Por Deus Para Servir (EPDPS) que abriu muitas portas. A animação “Olga e Luca – Na esperança de um futuro melhor” apresenta a história de uma dona de casa e um garotinho que passam por dificuldades financeiras, até que Luca tem uma ideia que muda a vida deles.

O curta-metragem, produzido em parceria com a colega Tais Rodrigues Maciel, foi finalista entre os 104 recebidos pela instituição e o grande escolhido pela EPDPS para ser divulgado e integrado às campanhas da organização nas redes sociais. Bruna e Tais receberam os certificados de honra ao mérito na segunda edição do MyDesignDay, realizado em 2023. Segundo a egressa, a oportunidade proporcionou “uma experiência prática valiosa, além de enriquecer meu portfólio profissional”.

Algumas semanas antes da premiação, a mãe de Bruna, Zuleica, participava de um evento de networking quando comentou com algumas pessoas sobre o trabalho da filha. Foi dessa forma que a agência de marketing digital T&T Creative chegou até a jovem. “Mesmo sem vagas abertas, decidiram me contratar após verem meu portfólio e a animação premiada. Comecei como estagiária e, após me formar, tornei-me designer de animação”, conta Bruna, que também atua como editora de vídeos na empresa.

Julia Capeletti, 19 anos, ao contrário, nunca pensou na animação como uma possibilidade de carreira, até assistir a alguns bastidores de estúdios famosos. A partir desse momento, começou a estudar a área e se interessou em progredir nos estudos.

A princípio, a estudante tentou a modalidade presencial em outra instituição. Por morar em Mogi das Cruzes (SP), era preciso uma mudança. No entanto, o custo da moradia para se manter era alto e o local muito longe para o deslocamento diário. Assim, ela precisou pesquisar pela educação à distância. Ao encontrar a Uninter, logo transferiu a matrícula.

“Além de ser um curso online, que traz versatilidade, um dos pontos cruciais de eu ter escolhido a Uninter é o fato de trazer oportunidades de intercâmbio. Para mim, é um grande diferencial e um ponto-chave para realizar meus objetivos”, declara.

Representante do colegiado, Julia auxilia na comunicação entre alunos e o corpo docente, facilitando a mediação e resolução das questões que apresentam. Atualmente também pratica os conhecimentos da área como estagiária em um escritório de contabilidade, onde colabora com a identidade visual da empresa.

No último período da graduação, a estudante afirma que “é preciso criar disciplina todos os dias para levantar-se e estudar. Porém, o processo fica mais tranquilo quando é em uma área que eu aprecio. Curto a paz de fazer tudo no meu tempo e me organizar sozinha”, salienta Julia.

Diferenciais que ampliam as oportunidades

Além das oportunidades que tiveram a partir do estudo na Uninter, Bruna e Julia têm garantido no currículo uma formação com a nota 5 do Ministério da Educação (MEC), conceito máximo do órgão, concedido na avaliação realizada em abril de 2024.

“Esse processo de reconhecimento é uma validação do que a gente tem feito todos os anos. É preciso evidenciar tudo isso para a comissão [de avaliadores do MEC], construir uma série de documentos e mostrar para os avaliadores que aquilo tudo é real. Eles têm muito pouco tempo para ver tudo, e que funciona da forma que foi planejada e implantada. Nós conseguimos mostrar o valor do curso”, afirma a coordenadora, Cristiana Miranda.

De acordo com a docente, todo o processo é um trabalho conjunto que envolve todos os setores da instituição. “Temos que valorizar todos os que participaram do planejamento, implantação e evidenciação do curso. Cada um tem um papel muito importante”.

Para Bruna, cursar uma graduação que conquistou o conceito máximo do MEC é “ter a garantia de uma formação de qualidade, o que certamente contribui para o reconhecimento do meu diploma no mercado de trabalho”.

“Me sinto segura de que o que eu estou cursando não é qualquer coisa e que eu escolhi de maneira correta. Muitos não dão valor à minha experiência na graduação por ser à distância, mas eu estudo e participo tanto quanto alguém no presencial. Então, fico feliz de que meu curso pode ser reconhecido dessa maneira”, complementa Julia.

Cristiana explica que, além do padrão Uninter que possuem todos os cursos, com as rotas escritas e videoaulas disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Univirtus, o curso de Design de Animação possui alguns diferenciais. O primeiro deles diz respeito a trabalhos teórico-práticos aplicados, que substituem a avaliação discursiva e foram pensados para acompanhar o desenvolvimento do próprio estudante no curso. “Tem que ter a teoria, óbvio, mas design aprendemos fazendo”, pontua.

A evolução dos níveis trabalhados acontece em três ciclos durante os dois anos da graduação. No primeiro projeto integrador, eles criam uma animação digital no formato 2D, voltado para uma comunicação institucional; no segundo, é realizado um vídeo 3D ligado a marketing, no qual fazem uma vinheta comercial; e no terceiro, a técnica de stop motion é integrada à educação, já que precisam contar um fato histórico da cidade em que vivem, como um ponto turístico, com o viés de educar.

Para colocar tudo isso em prática, os estudantes podem contar com o apoio de ferramentas disponibilizadas no polo. É o caso do pacote Adobe, com softwares que permitem as criações, e uma mesa digitalizadora para as animações 2D. A coordenadora lembra que no caso de softwares de modelagem 3D, o Blender é código aberto, mas o 3Ds Max e o Maya possuem uma licença estudantil por um tempo determinado, e podem ser acessados de casa. Mas os alunos também podem utilizar as máquinas ofertadas no polo, mediante agendamento prévio.

“Nós temos um primeiro ano em comum entre todos os cursos de Design da Uninter, então o estudante pode cursar dois anos de design de animação e depois, com mais um ano, consegue mais uma graduação de Design. Nossos trabalhos têm essa preocupação em trazer a prática e fazemos muitos encontros para além das aulas interativas, para deixar os alunos mais próximos. Pedimos para os professores trazerem um problema e uma experiência para simular na prática. Mas, claro, depende do aluno se dedicar, estudar, aprender mais o software e as técnicas. A graduação é só o começo, ele precisa ir além”, destaca Cristiana.

Bruna garante que “a modalidade à distância proporcionou muitas vantagens, como a flexibilidade de estudar de qualquer lugar e no meu próprio tempo. Os professores foram excelentes, sempre disponíveis para esclarecer dúvidas. Aprendi muito e sou muito grata por isso”.

A coordenadora afirma que no mercado de animação no Brasil e no mundo está aquecido e há uma tendência de crescimento. Principalmente nas áreas de realidade virtual e aumentada, “muito comum em efeitos especiais”. Quando se trata das competências necessárias, Cristiana pontua algumas soft skills, como a autonomia, a capacidade de ser autodidata, pontualidade com prazos e a flexibilidade para trabalhar em equipe.

“Estamos no curso desenvolvendo isso para que, quando chegue no mercado, esteja preparado. Todas as outras competências, as hard skills, vêm nesse pensamento da inteligência emocional e comportamento integrado. Animação é movimento, então tem que ser muito observador, entender o movimento e transmitir isso em um desenho. (…) Trabalhamos para que o nosso curso forme excelentes animadores, não só para trabalhar em grandes empresas, mas também para abrir o próprio negócio. Animação é algo gigantesco”, conclui a docente.

Julia acredita que a área de Design é feita de estudos constantes e evolução, por isso almeja continuar estudando e se aperfeiçoando. “A evolução não é uma linha diagonal constante para cima. Na verdade, é uma escada. Em alguns momentos estarei estagnada na mesma fase por um período, sem esperança do que pode vir depois, mas uma hora o degrau sobre e temos a visão do topo. É esse tipo de pensamento que não me deixa desistir do que faço”, finaliza.

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Autor: Nayara Rosolen - Jornalista
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Pexels e arquivo pessoal


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