No clima da Copa, um olhar sobre as temperaturas do Qatar

Autor: Flávio Ducatti - Estagiário de Jornalismo

Quando pensamos em Qatar, dinheiro e tecnologia logo surgem à mente, por ser o país com o maior PIB per capita do planeta. A Copa do Mundo, a ser realizada no país entre 21 de novembro e 18 de dezembro de 2022, voltará as atenções ao luxo e à tecnologia, considerando também as complexidades sociais e geográficas do local.

Localizado na Ásia Ocidental, em uma península ao norte do Golfo Pérsico e fronteiriça à Arábia Saudita, a região de planície árida conta com pouco mais de 2,7 milhões de habitantes.

Essa será a primeira vez que a competição será disputada no final do ano, devido às altas temperaturas que atingem o país nos meses de março a outubro, chegando a registrar mais de 30ºC inclusive às noites e madrugadas. O ápice do calor é entre 40 e 50 graus, com a sensação térmica chegando aos 60ºC, o que tornaria impossível a realização do torneio durante o dia.

Quando começamos a exercitar o corpo, ele começa a aquecer, porque há uma produção maior de energia, o que gera também o aumento da temperatura. Fisiologicamente, seria um prejuízo muito grande para os atletas.

O organismo humano dispõe de termos receptores, que são estruturas periféricas do sistema nervoso que detectam alterações de temperatura corporal. Dessa forma, o cérebro recebe uma informação para que o corpo troque calor com o ambiente. Se o corpo está numa temperatura muito alta, essa troca também fica difícil e o corpo acaba não conseguindo resfriar; quando não há esse resfriamento, lesões acabam ocorrendo e, em casos mais graves, até mesmo convulsões cerebrais. A hipertermia é responsável por isso, mesmo em atletas que estão acostumados a práticas esportivas.

“É por isso dessa transferência [da competição] para novembro, pensando na integridade dos atletas que irão participar, bem como das pessoas que estarão presente neste evento. Por ser árido, o clima é muito alto e a consequência disso alavancaria problemas que poderiam ser irreversíveis”, comenta a educadora física e mestra em Educação Marina Aggio.

Com uma economia riquíssima e tendo o petróleo como principal impulso financeiro, o Qatar está construindo uma cidade para receber a abertura e a final do torneio. O projeto da nova cidade contará com hotéis, ilhas artificiais, marinas, shoppings, lojas de luxo entre outros comércios e boa parte das obras já foram concluídas. O país árabe vai oferecer tecnologia para combater as altas temperaturas durante a competição. Entre construídos e reformados, todos os estádios terão refrigeração adequada para funcionários, torcedores, jogadores e jornalistas nas partidas da copa. Essa tecnologia promete manter a qualidade dos gramados e até mesmo reduzir odores nas arquibancadas.

A Copa do Mundo no Qatar terá 28 dias de duração, com a final sendo realizada em 18 de dezembro. O Brasil está no grupo G, com Sérvia, Suíça e Camarões. A seleção brasileira estreia na competição em 24 de novembro contra os sérvios, às 16h, no estádio Lusail Iconic Stadium, e fecha a sua participação na fase de grupos da competição contra a seleção de Camarões no dia 2 de dezembro, também às 16h.

O bate-papo aconteceu no programa Chave Interdisciplinar, da Rádio Uninter, em 15 de setembro de 2022, com as professoras Marina Aggio e Tatiane Calve.

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Autor: Flávio Ducatti - Estagiário de Jornalismo
Edição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: Ekrem/Pixabay e reprodução YouTube


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