Natália Brentano aposta na internacionalização e garante mestrado na Bélgica

Ter um trabalho que permita conhecer mais de 30 países, em cinco continentes diferentes, é o sonho de muita gente. Um desejo que Natália Brentano Tavares, com apenas 26 anos, conseguiu realizar. Ela já rodou o mundo com o trabalho de modelo e ainda conseguiu conciliar a vida acadêmica para uma nova jornada que inicia em setembro: o mestrado em Marketing e Transformação Digital, na Vlerick Business School, localizada na Bélgica. A estudante conquistou a vaga em uma das melhores universidades da Europa e no curso listado como o 17º no ranking mundial de mestrados em marketing.

Natália nasceu e cresceu em Brasília (DF), onde surgiu a primeira oportunidade de trabalhar com moda, por meio de uma agência, aos 15 anos. Nessa idade, a ideia de viajar o mundo modelando estava longe de ser um sonho. A jovem desejava estudar medicina e fazia cursinho para conseguir a vaga no vestibular. No entanto, aos 17 anos, a estudante se deparou com o primeiro passo internacional.

A modelo conseguiu um trabalho em Jacarta, na Indonésia, que a princípio duraria apenas três meses. Além da mudança cultural, Natália também saiu do conforto da casa dos pais, Amadeu e Odete, com quem sempre morou, para dividir o apartamento da agência com outro modelo brasileiro. Mesmo que drástica, a jovem define a transição de país como “libertadora”.

“Sair do Brasil sozinha e jovem, me deu a oportunidade de aprender a cuidar de mim mesma. A experiência internacional foi uma oportunidade única que realmente mudou muito a minha perspectiva sobre o mundo em que vivemos. Durante todo esse tempo, melhorei minha comunicação intercultural, aperfeiçoei meu inglês, enquanto me adaptava a situações diferentes”, conta.

Ao finalizar os três meses, decidiu não voltar para o Brasil e continuou pegando as oportunidades de trabalho que surgiam pela Ásia e depois na Europa. Enquanto realizava os trabalhos, adquiriu “habilidades para gerenciar a própria carreira”.  Desde então, estabeleceu uma base de clientes no continente europeu, primeiro em Milão, na Itália, e hoje segue viajando por diversos países.

Foi aprendendo a lidar e a trabalhar com a indústria da moda que a profissional decidiu abrir a própria agência, com o intuito de ajudar mulheres brasileiras com o mesmo sonho e ambição de carreira, treinando modelos e amigas para seguir os mesmos passos e “lutar por melhores contratos e condições de trabalho”. O empreendimento, que já não existe mais devido à dificuldade de conciliar com a própria carreira, também foi o ponta pé inicial para o desejo da profissionalização.

“Os contratos, mundo a fora, nunca foram muito transparentes para nós e devemos mudar essa realidade, pois fazemos um trabalho muito importante que alcança milhares de pessoas diariamente. (…) Enquanto eu trabalhava, não estava apenas interessada em ser a modelo da marca, mas também em aprender mais, sempre muito curiosa sobre as coisas que os gerentes de marketing e diretores criativos conversavam sobre a campanha. Aquilo despertava meu interesse, então decidi que o próximo passo era começar o ensino superior e descobri que os assuntos que mais me interessavam eram os relacionados a marketing”, lembra.

O encontro com a Uninter

Durante um trabalho em Nova York, nos Estados Unidos da América, conheceu o polo da Uninter em Boston e se interessou pela instituição devido à versatilidade e ao número de polos espalhados não só no Brasil, mas também no exterior. Assim que voltou para o Brasil, prestou o vestibular e iniciou o curso de Tecnologia em Gestão Global Trading: Negócios, Logística e Finanças Globais, ainda em 2019, no polo Venâncio em Brasília, onde foi “muito acolhida por todos os profissionais”.

“O ensino da Uninter superou minhas expectativas, principalmente a infraestrutura online, que facilitou muito a minha jornada, ainda mais durante a pandemia”, garante.

Enquanto cursava Gestão em Global Trading, Natália se interessou mais pelas aulas relacionadas a marketing, principalmente pela exposição ao marketing gestacional enquanto trabalhava como modelo para grandes marcas. Ao se formar, percebeu que gostaria de complementar o currículo com o bacharelado em Administração, para futuramente se candidatar ao mestrado.

Além dos cursos, a estudante destaca duas atividades que pôde participar e que marcaram sua trajetória acadêmica na Uninter. Primeiro, estar entre os 20 selecionados para representar a Uninter como Global Ambassador, que contou com cerca de 1.500 candidatos.

“Foi realmente uma oportunidade de aprendizado inestimável. O programa nos possibilitou um encontro semanal no formato de mentoria e discussões com alunos em vários lugares do mundo, além das trocas de experiências e a oportunidade de colaborar com o vice-presidente da Global Hub, Jason Dyett, e a professora Caroline Silva em encontros semanais, que foram super vantajosos e endossaram a candidatura no processo de seleção para o mestrado”, afirma.

Além disso, Natália participou como voluntária do programa de iniciação científica (PIC) no grupo “Liderança em Organizações no Contexto da Digitalização dos Negócios”, coordenado pelo professor da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios da Uninter, Claudio Hernandes. Dos estudos com a equipe, nasceu o artigo “Comunicação não violenta para uma liderança mais empática”, apresentado em alguns eventos do ano passado, como o 7º Seminário de Pesquisa e Comunicação Uninter.

De acordo com o professor Claudio, Natália “sempre se mostrou extremamente dedicada e motivada com a pesquisa”.

“Nossas reuniões ocorriam sempre às terças-feiras, a partir das 19h. Como Natália já estava na Europa, acabava sendo bem tarde para ela. Quando terminávamos, já era madrugada lá, mas ela sempre participava de todas as reuniões”, conta o professor.

Natália já tinha conhecimentos prévios sobre pesquisa científica, por causa do trabalho de conclusão de curso (TCC) que desenvolveu sobre Greenwashing na indústria da moda mundial e suas consequências, mas comenta que participar do PIC deu um conjunto de ferramentas muito mais sofisticadas para a evolução pessoal.

“Ter a oportunidade de conhecer e trabalhar com colegas e outros professores da Uninter, foi fundamental para o meu processo de aprendizagem, a nossa linha de pesquisa foi super abrangente e atual. Ter fortalecido e expandido minhas habilidades de conhecimento na área de gestão me transformaram em uma pessoa mais versátil e educada”, afirma.

O desejado mestrado

Os dois profissionais responsáveis envolvidos nos projetos foram fundamentais para a entrada de Natália no mestrado, pois, além de colaborarem nas discussões sobre o rumo da carreira e entender melhor sobre o que as universidades no exterior procuram nos futuros alunos, enviaram cartas de recomendação para a aplicação no mestrado em Marketing e Transformação Digital da Vlerick Business School.

“As duas cartas [de Jason Dyett e Claudio Hernandes], foram essenciais e trouxeram um destaque maior para a minha candidatura. Quando recebi as cartas e pude anexá-las à minha aplicação foi um momento superespecial, com uma sensação de dever cumprido. Algo que serei eternamente grata”, diz Natália.

Depois de passar por todo o processo de aplicação, exames e entrevistas, a estudante recebeu a carta de admissão por e-mail, no dia 25 de janeiro de 2023, apenas quatro horas depois da entrevista final. “Posso dizer que iniciei o ano com o pé direito”, afirma.

Natália acredita que todas as atividades extracurriculares que a Uninter oferece “aumentaram significativamente” as chances de sucesso e que todo o currículo foi muito prestigiado durante o processo seletivo de admissão.

“A ficha ainda não caiu e eu ainda estou em choque, é uma sensação de alegria com uma pitada de ansiedade. Essa aprovação me ajuda muito, não apenas a seguir o meu sonho focando toda a minha atenção nessa jornada acadêmica, ao mesmo tempo em que representa o início de uma nova etapa na minha vida, sendo também um reconhecimento de todos os meus esforços anteriores, anos de trabalho e resultados acadêmicos.”

Em conversa com a reportagem da CNU por videochamada, no dia 14 de fevereiro, a futura mestranda disse que acredita que em 2023 será “maravilhoso” e mal pode esperar para começar o programa, conhecer os colegas e iniciar a nova jornada.

O mestrado será realizado no campus de Gante, o primeiro e mais antigo da universidade, localizado na província Oost-Vlaanderen, onde o holandês é a língua mais falada. Por isso, atualmente Natália faz aulas do idioma por cinco horas diariamente. No momento da entrevista, a modelo estava em Bruxelas, mas segue viajando pela Europa com os trabalhos de modelo.

“Futuramente, espero poder trabalhar fomentando marcas brasileiras internacionalmente. Gostaria de ajudar a transformar o Brasil e torná-lo referência no desenvolvimento de produtos inovadores e sustentáveis”, finaliza.

O grande sonho de Natália é também motivar outros estudantes a seguirem os próprios sonhos e procurarem a internacionalização, além de servir de inspiração para jovens modelos que estão trabalhando para que nunca deixem de estudar e se aperfeiçoar, sabendo que “é possível continuar trabalhando e estudando”.

 

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Autor: Nayara Rosolen - Jornalista
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Nologo e arquivop pessoal