Não nos suportamos: aumentam os divórcios na pandemia

Autor: Cícero Manoel Bezerra*

“No meio da confusão, encontre a simplicidade. A partir da discórdia, encontre a harmonia. No meio da dificuldade reside a oportunidade” (Albert Einstein).

A procura por divórcio tem aumentado durante o período de isolamento social provocado pela Covid-19. Segundo a advogada da área de Família e Sucessões, Débora Guelman, o convívio intenso em virtude da quarentena tem sobrecarregado física e emocionalmente as famílias brasileiras.

Vários órgãos informativos destacam que a violência contra a mulher aumentou devido a pandemia, as pessoas se tornam agressivas e qualquer senão é motivo para descontrole e agressão.

Ausência de pessoas circulando nas ruas e confinamento em casa alteram números de roubos, furtos e casos de violência doméstica em São Paulo e Rio de Janeiro. As ações policiais se intensificam gerando uma média de uma morte causada por policial a cada quatro horas, de acordo com as informações do Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ).

Violência gera violência

Por sua vez temos a realidade da pobreza, o povo passando necessidade pode gerar uma série de descontroles. A fome, o desemprego e a falta de estrutura para a sobrevivência geram comportamentos violentos e agressivos. Em São Paulo, o governo estadual reforçou o policiamento preventivo nas ruas, que é função da Polícia Militar, com equipes da Polícia Civil, por meio de rondas noturnas. A decisão foi tomada no fim de março, depois que três saques foram registrados em supermercados de São Paulo e da região metropolitana. As reações violentas se caracterizam de várias formas.

Quanto às famílias, o isolamento traz à tona alguns fatores que precisam ser considerados:

– Várias famílias não tinham convivência, na correria do dia a dia, a pessoa sai de casa pela manhã e volta à noite, as crianças vão para a escola e quando os pais chegam em casa, às vezes já estão dormindo. Consequência: pais que não conhecem filhos, e filhos que não sabem conviver com seus pais.

– Maridos que não convivem com as esposas e esposas que não conhecem seus maridos, o tempo curto de convivência é para sair, para ir ao shopping ou para comer fora, ir na casa de algum amigo ou parente. Sendo que agora precisam ficar juntos, as diferenças vêm à tona, a falta de paciência a dificuldade para decidir em conjunto, o processo de convivência que deveria ser praticado, se torna insuportável.

– Filhos adolescentes ou jovens guiados ou pautados por jogos virtuais, entram no quarto e não saem mais, trocam o dia pela noite, se tornam irascíveis e intolerantes quanto a intromissão dos pais no seu cotidiano, essa vida desenfreada guiada pelo ambiente virtual não aceita intromissão a não ser do personagem do jogo do momento.

Para concluir: nem tudo está perdido, é tempo para resgatar a comunhão, a paciência deve ser fortalecida, o diálogo deve voltar a acontecer no ambiente familiar, no final de todo esse ambiente de transtorno seremos mais cordatos, mais pacientes e estaremos com os laços familiares fortalecidos.

* Cícero Manoel Bezerra é coordenador da área de Humanidades da Uninter.

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Autor: Cícero Manoel Bezerra*
Créditos do Fotógrafo: Marcojean20/Pixabay


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