Muito prazer, professora Mazé!
Autor: Matheus Pferl - Estagiário de JornalismoMaria José Strogenski, mas pode chamar de Mazé. De uma infância simples e muito bem aproveitada, até a realização do sonho de ser professora na área de linguística, acumula histórias e aprendizados. “Hoje vejo os jovens preocupados com quem vão casar, qual profissão vão seguir. Eu já passei por tudo isso, agora busco relaxar um pouco na vida”, afirma.
Curitibana, tinha alguns sonhos, entre eles ser bailarina, mas não levava tanto jeito. Também queria ser bióloga, cursou por dois anos na Universidade Federal do Paraná, mas acabou desistindo. Formou-se em secretariado executivo (profissional que realiza o primeiro atendimento aos clientes, além de gerir o ambiente de trabalho, prestar auxílio em reuniões etc), o que pensou ser uma boa oportunidade para ter sucesso no mercado de trabalho, e de fato foi.
Nunca quis se casar, mas acabou conhecendo seu marido e se considera uma sortuda por casar com o amor da sua vida. Juntos tiveram um filho. Depois, cursou letras e linguística, sua paixão. O marido e o filho também são da área de linguística.
Mazé não esconde que é uma apaixonada por sua profissão e pela língua portuguesa. “Adoro dar aula, sempre adorei. Entre minhas qualidades, quando se trata de preparar uma aula, sou extremamente dedicada e esforçada para atingir o melhor possível. Adoro estudar a língua portuguesa, como professora atuo há 15 anos”, ressalta.
Como todos nós, Mazé tem alguns sonhos para o futuro. Deseja se aposentar para começar uma fase nova na vida. “Hoje, em função do tempo que as pessoas têm vivido, esse período é chamado da nova puberdade, pois é uma fase que tem muito pouco estudo. As pessoas achavam que era uma fase para ser avó, avô, e se preparar para o fim da vida, mas agora vemos que é uma fase nova, com descobertas e possibilidades. Tenho planos e estou adorando, é a fase em que tenho mais liberdade”, conta.
Segundo a professora, ainda existem planos para um doutorado, algo que faltou em sua carreira, pela vontade e pelo gosto de pesquisar e estudar.
Novos desafios
Maria José afirma que o convite para participar da Escola Politécnica da Uninter foi um grande desafio. Mas, como é movida por eles, decidiu aceitar. “Tenho aprendido muito. A ideia era organizar a escola em busca de um melhor direcionamento para o Enade, e fizemos dele o nosso projeto. Tivemos que repensar como fazer questões, avaliações, e pensar no que significa o Enade para nós e para o aluno”, destaca.
“Foi um salto e uma mudança muito grande para todos nós professores, ter a sua ajuda, especialmente nessa questão de elaborar questões que estimulem o aluno a pensar e a entender, e não somente armar e efetuar. Foi um desafio, mas estamos melhorando”, comenta o mediador e professor de Engenharia Guilherme Rodrigues.
“Uma das coisas interessantes quando o aluno faz o Enade é que o aluno aprende enquanto faz a questão, então à medida que lê, está estudando ao mesmo tempo e reforça aquilo que ele está aprendendo. Vemos professores se adaptando e fazendo questões interessantíssimas”, reforça Mazé.
Infância
Maria José conta que teve uma infância diferente, pois eram outros valores e outra época. “Venho de uma família pobre, tive muitas dificuldades, mas meu pai tinha muitos amigos, ele conseguia muitas coisas. Um amigo dele tinha uma casa na Ilha do Mel [no litoral do Paraná] e, cada vez que ele viajava, pedia pra gente ir para a casa dele. Então eu passava um tempo lá e adorava. Cresci nessa ilha maravilhosa, fui privilegiada nesse sentido. Foi único, aprendi a nadar no mar”, relata.
Mazé lembra que ao completar 18 anos, sua mãe a fez arranjar um emprego para ajudar em casa, e que desde pequena as crianças da época já eram tratadas como adultos, bem diferente do que é vivido hoje.
“Existe uma frase que me marcou muito a vida inteira: tudo que é sólido desmancha no ar. Ou seja, as coisas que a gente tem certeza que são, podem não ser. Nada é certo. É um sentimento de viver com mais leveza, de não levar tudo tão a sério”, pontua Mazé.
“A professora Mazé é uma das pessoas que fazem o programa ‘Nas ondas da politécnica’ e toca esses projetos junto com outros professores”, ressalta o mediador Guilherme Rodrigues. Você pode acompanhar a gravação completa do programa “Sala dos professores”, com a participação da professora Maria José Strogenski, clicando aqui.
Autor: Matheus Pferl - Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal