Microalgas e a produção de biocombustíveis
Autor: Pedro Henrique Milano Calandreli - estagiário de jornalismoCom o aumento da demanda energética e a necessidade do desenvolvimento sustentável, a busca por fontes de energia renováveis tem se intensificado cada vez mais pelo globo. Entre opções para substituir o uso de combustíveis fósseis, a produção de biocombustíveis oriundos de microalgas tem se provado uma alternativa interessante.
Microalgas são microrganismos que possuem uma alta taxa fotossintética, com um crescimento superior à maioria dos seres, podendo dobrar o valor de sua biomassa em questão de poucos dias. Além disso, as microalgas não necessitam de solo arado ou água doce para que possam se desenvolver. Entretanto, existe um alto custo para produção em larga escala.
Com o intuito de explorar mais a fundo o uso de microalgas para a produção de biocombustíveis, as pesquisadoras Sueilha Ferreira de Andrade de Paula, Bruna Maria Emerenciano das Chagas e Renata Araújo Mendonça elaboram o artigo Utilização de microalgas para o tratamento de efluentes e produção de biocombustível: uma revisão. A pesquisa foi publicada na Revista Meio Ambiente e Sustentabilidade, revista que faz parte das publicações científicas da Uninter.
O artigo tem como foco fazer uma revisão bibliográfica sobre estudos que tratam dos processos de produção de biomassa de microalgas e suas aplicações em biocombustíveis. Para realizar a revisão bibliográfica, foram utilizados portais de periódicos científicos como: SciELO, ResearchGate, Google Acadêmico, Onlinelibrary, Science direct, Springer e o Portal de Periódicos CAPES. Após a leitura completa dos artigos, foram selecionadas as principais informações envolvendo as descobertas científicas que contribuem para o aprimoramento do uso de microalgas.
O artigo aborda algumas das técnicas mais comuns de cultivo de microalgas com o intuito de se produzir biocombustíveis, podendo ser tanto em lagoas e tanques, denominado sistema de cultivo aberto, quanto em sistemas fechados, sendo monitorados com o uso de fotobiorreatores. O sistema aberto é uma técnica utilizada pela primeira vez em 1950, sendo uma técnica de baixo custo, que usa lagoas de baixa profundidade para melhor penetração de luz. Sua principal desvantagem, no entanto, é sua baixa produtividade.
Já o sistema de biorreatores, tem como vantagem ser uma forma de cultivo compacta, sendo necessário pouco uso de solo e possuindo maior eficácia na produção de biomassa, sendo até três vezes maior do que em sistemas abertos. Entretanto o alto custo de manutenção, torna a opção inviável para produção em larga escala. Para feito de comparação, o artigo cita pesquisas que demonstram que custos foram reduzidos a aproximadamente 50% no uso de sistemas abertos.
Também são destacadas novas técnicas que aprimoram o cultivo em ambos os sistemas. No aberto, o uso de um sistema de robótica para monitoramento e regular a rotação da água consegue distribuir melhor os nutrientes e promover um crescimento mais uniforme das algas. Já nos sistemas fechados, novas técnicas buscam juntar o alto rendimento de biomassa com a redução de custos de manutenção. Estudos sugerem que um cultivo do sistema semicontínuo/contínuo consiga alcançar esta interseção entre o economicamente viável e alta taxa de produção.
O artigo conclui que mais pesquisas e investimentos na área são necessários para que novas técnicas de cultivo possam ser desenvolvidas, assim promovendo ainda mais a produção e uso de biocombustíveis a base de microalgas, como uma opção viável de fonte energética renovável e menos poluente.
Autor: Pedro Henrique Milano Calandreli - estagiário de jornalismoEdição: Larissa Drabeski
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