Metodologia BIM: inovação nos projetos de obras públicas

O planejamento e realização de obras públicas é uma atividade de alta complexidade que pode se beneficiar dos avanços tecnológicos. A metodologia BIM, sigla para “modelagem da informação da construção”, foi criada com o objetivo de trazer melhorias na gestão de projetos e obras públicas.

Esse foi o assunto do programa Segredos da Arquitetura, exibido no dia 28.jun.2021 pela Rádio Uninter. A live, intitulada BIM Paraná: Inovação Digital Paranaense nas obras públicas, foi transmitida via YouTube. Para falar sobre o assunto, a professora Gizele Dziura recebeu a arquiteta e urbanista Lorreine Vaccari, que falou sobre a utilização da metodologia BIM em obras públicas no Paraná.

“Temos uma série de problemas nos projetos que precisam ser desenvolvidos em obras, como a falta de planejamento adequado. Portanto, o BIM é uma metodologia que pode trazer melhoria e agregar em projetos e obras públicas”, afirma a convidada.

O governo do Paraná decidiu implementar o BIM há cerca de 6 anos, focando em projetos de infraestrutura rodoviária e edificações. Lorreine comenta que essa metodologia veio como uma possibilidade de melhoria. “Nós entendemos que isso deveria ser um projeto de estado, assim culmina a decisão de um decreto em 2019 estabelecendo a Estratégia BIM Paraná”.

Ela ainda explica que esse é um movimento peculiar. “É o interesse por parte dos técnicos do estado, os que trabalham com estrutura urbana, pensando em obras e projetos. É preciso também um apoio político, precisa de investimentos, capacitação, equipamentos. A parte técnica e política em conjunto”, diz. Para que a metodologia funcione, engenheiros, profissionais da arquitetura e construtoras precisam trabalhar em sintonia.

Partindo da estrutura de governança estabelecida pelo decreto, tem-se a parte de gestão e a parte técnica. O processo de implantação da metodologia é coordenado pela Secretaria de Infraestrutura, que desenvolve treinamentos e capacitações por meio de videoaulas. “Esse conjunto de atividades que reúne várias estratégias está em andamento desde 2019. Tem surtido alguns resultados, mas estamos ainda em processo de implantação”, ressalta.

Lorreine destaca que a implantação do BIM exige uma mudança de cultura. “Qualquer processo de mudança gera um desconforto. Quando falamos de BIM não é só ferramentas tecnológicas, mas também mudança de processos. Outro desafio é a limitação orçamentária de investimento pra aquisição de softwares, além do processo de capacitação junto com o processo em andamento”.

Para concluir, a arquiteta afirma que é preciso enfrentar essas dificuldades para que se possa promover melhorias significativas na gestão das obras públicas.

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Autor: Milena Souza - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Ari Dias/AEN