Meio EAD, meio ao vivo, curso semipresencial agrada pelo hibridismo
Ingressar em uma universidade ou fazer um curso profissionalizante é o objetivo de muitas pessoas que desejam aprimorar habilidades para o mercado de trabalho. Porém, com o excesso de tarefas do cotidiano, o tempo se torna um obstáculo, dificultando muitas vezes o acesso a cursos superiores presenciais.
Alternativa para suprir a falta de tempo dos estudantes, a educação a distância (EAD) tem crescido de forma acelerada nos últimos anos e, segundo dados da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), cerca de 1,5 milhão de brasileiros estudam hoje nessa modalidade, que possuí 18,6% do total das matrículas do ensino superior do país. Em 2004, apenas 4,2% das pessoas optavam por esse ensino.
Embora o EAD ofereça praticidade, há estudantes que ainda sentem falta da sala de aula e optam pelos estudos semipresenciais, que consegue unir as duas formas de ensino em um sistema híbrido. Dividindo o conteúdo entre atividades online e presenciais, a modalidade foi tema de pesquisa realizada pela acadêmica de pedagogia Nathália Savione Machado.
O trabalho denominado “Fazendo o semipresencial e sonhando com o ensino híbrido na graduação: Uma análise comparativa de modelos pedagógicos nos cenários público e privado”, foi apresentado em banca do Mestrado em Educação e Novas Tecnologias da Uninter no mês de julho. O objetivo era descobrir quais são as preferências dos estudantes quanto ao ensino, além de avaliar de que maneira o semipresencial está sendo implementado nos cursos de graduação. Para isso, foram analisadas duas instituições do Sul do país.
“A minha ideia era pesquisar a preferência dos alunos tanto das metodologias que eles preferem em sala de aula quanto as estratégias, técnicas e tecnologias, e não só tecnologias vistas como digitais, mas também físicas”, explica Nathália, que analisou documentos institucionais e realizou questionários, entrevistas e observações das aulas para realizar a pesquisa.
“Os alunos possuem um perfil jovem, de 18 a 25 anos. A maior parte veio de escola pública e passam mais de 5 horas na internet logados direto. A maioria do público que pesquisei é do primeiro ano, mas tivemos representatividade de todos os anos, e 94% têm acesso frequente à Internet. São alunos que estão conectados, inclusive em sala de aula”, diz.
Resultados
De acordo com dados coletados na pesquisa, a flexibilidade oferecida pela educação a distância é considerada positiva, mas o motivo pelo qual os alunos preferem o ensino presencial é pelo contato maior com os colegas e docentes. Além disso, para eles é muito importante que no processo de aprendizagem o docente respeite as características individuais dos estudantes e apresentem dinamicidade, empatia, diálogo e afetividade. “Os que eles mais gostam são os que possuem essas características, e isso faz com que os estudantes acabem se engajando mais nas aulas desse professor”, afirma Nathália.
Em sua maioria, os professores utilizam seminários e aulas expositivas, e os alunos demonstram gostar do equilíbrio entre esse método e atividades colaborativas em grupos pequenos, além de atividades que envolvem estudos de caso. O uso de dispositivos móveis com propostas pedagógicas também é aceito entre os alunos, que veem que os recursos oferecidos pelas redes sociais podem ser utilizados e explorados na sala de aula.
“A fala dos estudantes reforça muito o desejo de uma educação híbrida no sentido não de usar dois momentos, duas salas de aulas diferentes, uma presencial e outra à distância, mas de realmente fazer conexão desses mundos e trazer o online para o presencial”, conclui Nathália.
Autor: Valéria Alves – Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König