Maratona da pós-graduação discute impactos da pandemia no esporte

Autor: Evandro Tosin - Assistente multimídia

A Covid-19 impactou de forma inesperada todo o mundo. Gerou uma crise sanitária, provocando impactos econômicos e sociais, em praticamente todos os países. Para o esporte não foi diferente, muitas competições foram canceladas e adiadas. Inclusive a maior competição esportiva, a Olimpíada de Tóquio 2020, foi adiada por um ano.

Sob a orientação de órgãos competentes da área de saúde, as entidades se adequaram para retomar as competições de alto rendimento para evitar a proliferação do vírus Sars-Cov-2: reforço de higiene, máscaras, testagem de atletas, profissionais que frequentam os locais de evento, bem como a proibição de público para evitar aglomeração de pessoas.

A fisioterapeuta Maria de Fátima Fernandes Vara, profissional de educação física que estará na Olímpiada de Tóquio participando do acompanhamento dos atletas paralímpicos brasileiros e da canoagem explica as consequências do adiamento dos Jogos Olímpicos na preparação dos atletas de alto rendimento. Ela enfatiza o papel decisório, em cada decisão há consequências materiais e humanas, é tempo de aprender com os desafios atuais. Buscar reinvenções, já que os profissionais precisam se adaptar.

“O impacto financeiro é enorme, nos atletas, gestores, equipe técnica, também é muito importante. Quando você pensa em fisiologia do exercício, os técnicos fazem uma preparação para o ciclo de quatro anos. De repente, esse ciclo de Tóquio virou cinco anos, então já muda toda questão do ponto de vista fisiológico de preparação para os atletas. Isso tem o impacto para todos”, pontua.

“Além de adiar em um ano, vem o lockdown em diferentes proporções, depende do país, vem inverno, verão. Mudou absurdamente essa preparação e organização para as pessoas. Isso é bastante complexo. Vem aquela reflexão de adaptar tudo isso, tentando ser o mais justo possível. Porque quando você muda qualquer coisa, acaba que você impacta mais para determinados grupos, e a responsabilidade das federações e comitês olímpicos é causar o menor impacto possível, apesar dessa situação difícil”, diz a profissional.

O Comitê Brasileiro dos Jogos Olímpicos (COB) estima que a competição deve ter entre 250 e 300 atletas representando o Brasil. Atualmente são 232 atletas classificados. Os jogos, que estavam previstos para ocorrer entre 24 de julho e 9 de agosto de 2020, foram remarcados para 23 de julho e 8 de agosto de 2021. De acordo com matéria do Globo Esporte.com, o Japão prolongou o estado de emergência em Tóquio e regiões do país até o dia 20 de junho. Atualmente, o país registra a média de 4 mil casos diários, vacinou somente 3% da população e apresenta o menor índice de vacinação entre os países ricos. A expectativa é de que 30% da população japonesa esteja vacinada até o final de julho.

O tema “O esporte em tempos de pandemia” foi debatido durante a II Maratona Pós-Graduação Uninter no último dia 29.mai.2021 com mediação da professora Joice Diaz, participação dos professores Emerson Micaliski e Willian Maia que fazem parte do cursos área de pós-graduação da área desportiva. Para o bate-papo foi convidada Maria de Fátima Fernandes, profissional de educação física e da fisioterapia esportiva, com experiência em Jogos Olímpicos e Paralímpicos – participou das Olímpiadas do Rio 2016, no comitê organizador de canoagem.

Atualmente Maria de Fátima é chefe de classificação funcional da Federação Internacional de Canoagem, e estará nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Para assistir o encontro completo, clique aqui.

Futebol passou por mudanças

 

De acordo com Relatório Operacional da Comissão Médica Especial da CBF, mais de 13 mil atletas do futebol brasileiro foram monitorados para retomada da temporada em 2020, com realização de cerca de 89 mil testes, dos quais 2,2% testaram positivo no exame RT-PCR. Foi criado um protocolo médico da CBF. O calendário de competições da CBF contou com 21 competições de futebol nacionais, envolvendo 367 times, 2.423 jogos e mais de 218 mil minutos de jogo.

Willian Maia, tutor dos cursos de pós-graduação da área desportiva da Uninter, explica sobre as adaptações do futebol brasileiro, e sobre a importância de qualificação. “Quando a gente fala do esporte nacional, o desafio é adaptar a ponto de que seja justo para todo mundo. Quando a gente pensa no Brasil, só no primeiro momento da pandemia, lá no início de 2020, a gente tem mais de 100 competições paradas por conta do vírus”, destaca Maia.

“Esse momento de adaptação vem acontecendo e hoje a gente está mais maduro na tratativa do esporte em relação à pandemia. Contudo, a gente vê ainda muitos casos de eventos sendo paralisados, e muito alto de infecções. A gente vê a importância de ter profissionais qualificados e preparados pra enfrentar uma situação dessa. Fazer uma qualificação a mais é realmente importante. A educação a distância trouxe uma oportunidade grande da gente se qualificar. Pode ser uma opção muito valorosa pra gente se qualificar”, comenta o professor.

Maia lembra que o futuro não vai ser como o passado, até mesmo nas práticas desportivas. Entre os esportes, existem aqueles que possuem o risco maior de contágio pela Covid-19. Por isso, é preciso a compreensão e os cuidados e protocolos. A promoção da saúde deve ser o objetivo do profissional de educação física.

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Autor: Evandro Tosin - Assistente multimídia
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Gerhard G/Pixabay


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