Mãos e cérebros na produção científica da Escola Politécnica da Uninter
Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de Jornalismo“Ciência se faz com um binômio: mão e cérebro. Na mão do profissional existe uma boa ferramenta, mas se não for conduzida por uma pessoa que tenha o conhecimento científico necessário, de nada adianta. Por isso hoje vivemos a revolução da inteligência”. Desta forma, Ivo Carraro, professor e psicólogo da Uninter, iniciou sua palestra no V Simpósio de Engenharias e Tecnologia.
No dia 18.11, primeiro dia do evento, Ivo foi responsável pela palestra magna e aproveitou o momento para abordar a ciência da convivência humana e o sentimento de pertença.
Os estudantes concentram-se em apreender conteúdos técnicos e desenvolver as habilidades que serão necessárias para sua profissão, mas o professor quis mostrar que para pertencer à sociedade é preciso mais do que isso. “Existe no cérebro humano uma substância chamada oxitocina, a química do amor pelo próximo. E quando, através do nosso trabalho, somos capazes de contribuir com a sociedade, então, esse hormônio é liberado e temos um sensação de bem estar. É aí que temos o sentimento de pertencer”, afirma.
Em tempos de pandemia e consequente isolamento social forçado, quando abraços foram abolidos e o contato humano se torna cada vez mais virtual, Ivo esclarece que é normal a baixa nas taxas de oxitocina e indica uma saída: a inteligência existencial. Segundo ele, esse é o momento de evitar o circuito do medo e da ansiedade e colocar em prática a gentileza, compaixão e empatia, para que ninguém perca a noção de pertencimento social.
Apresentação dos projetos de pesquisa
O grande diferencial do Simpósio de Engenharias e Tecnologia de 2020 é o espaço para a divulgação dos trabalhos de pesquisa realizados pelos alunos de iniciação científica na instituição. A professora da Escola Politécnica e também mediadora do evento, Dayse Mendes, afirma: “Apesar de vivermos um ano bastante diferente, não poderíamos deixar de ter o nosso evento. O objetivo e o entusiasmo continuam os mesmos, mas dessa vez, achamos necessário falar sobre ciência e pesquisa. Devemos valorizar os avanços que os nossos alunos têm alcançado”.
No primeiro dia, 5 projetos foram expostos. Cada um contou com um vídeo de apresentação produzido pelos alunos envolvidos na pesquisa. Enquanto o material era veiculado, os alunos e professores responsáveis estavam disponíveis no chat para esclarecer eventuais dúvidas.
Desenvolvimento de um biodigestor com controle inteligente
O primeiro projeto da noite está sob responsabilidade do professor Marcos Proença e já vem sendo desenvolvido há 3 anos, visando suprir uma demanda nacional de geração de energia alternativa. A apresentação da pesquisa intitulada “Desenvolvimento de um biodigestor com controle inteligente” ficou por conta da aluna de engenharia de produção Caroline Souza Andrade de Oliveira.
“Um biodigestor é uma casinha de bactérias e essas bactérias precisam ser alimentadas com restos de alimentos ou dejetos de animais, para que possam transformar esse material em biogás e adubo orgânico. Trabalhando em uma temperatura ideal de 39°C e com um pH entre 6,5 e 8, o biodigestor é capaz de ajudar no impacto que a indústria agrícola tem no meio ambiente”, explica Caroline.
Além de explicar as particularidades de um biodigestor, a estudante deu um depoimento detalhando seu processo de entrada no grupo de pesquisa e ainda fez um convite para que os colegas também se tornem pesquisadores.
Levantamento de metodologia científica aplicada à pesquisa na engenharia
Ricardo Júnior de Oliveira Silva e Ana Carolina Teixeira foram os alunos escolhidos para apresentar o projeto que estuda a aplicação de metodologias científicas no campo das engenharias. Sob a orientação das professoras Dayse e Jéssica Alvares Coppi, o estudo envolve discentes da Uninter de norte a sul do país.
“A metodologia científica consiste em passos metodológicos necessários a serem galgados no desenvolvimento da pesquisa. Mas a pesquisa na engenharia enfrenta algumas dificuldades, como a falta de métodos especialmente desenvolvidos para esta área, fazendo com que o pesquisador tenha que buscar métodos de áreas correlatas e adaptar a sua realidade. Por isso, nosso objetivo neste trabalho é documentar as categorias analíticas de metodologia científica no campo da engenharia”, afirma Ricardo.
Processamento eletrônico de energia aplicado a sistemas fotovoltaicos
A pesquisa liderada pelos professores Samuel Polato Ribas e Eduardo da Silva foi apresentada pelo estudante Leonardo Almeida Amaral. O trabalho é intitulado “Conversor CC-CC aplicado a sistemas fotovoltaicos com controle digital por realimentação de estado”. Após identificar a crescente demanda por fontes alternativas de energia, a pesquisa foca no sistema fotovoltaico, responsável por converter energia solar em energia elétrica, para que a mesma possa ser utilizada no cotidiano.
Leonardo apresentou domínio do conteúdo na exposição completa e detalhada de todas as fases do projeto, do referencial teórico ao modelo matemático aplicado. Para conferir o material na íntegra, acesse o link.
Desenvolvimento de protótipo de material didático em energia solar
Sob a orientação do professor Gabriel Vergara, os alunos Rafael Lemos Diniz e Yago Souza Oliveira avaliaram, por meio de seu trabalho de pesquisa, a criação de um kit didático de energia fotovoltaica, para facilitar o aprendizado a distância dos alunos do ensino médio e superior.
“Através desse kit seria viável avaliar a tensão, corrente, potências e outras variáveis possíveis na intenção de proporcionar maior compreensão, de forma didática, a respeito do aproveitamento dessa energia”, afirma Rafael. Para este trabalho os alunos também realizaram um estudo para calcular o retorno sobre o investimento, analisando a viabilidade financeira das propostas
Metodologia PBL alinhada ao perfil do egresso em engenharia
A última apresentação da noite foi realizada pelo professor Ederson Cichaczewski, coordenador deste novo projeto, iniciado em 2020, que ainda não conta com nenhum aluno designado.
As disciplinas de Project-based learning (PBL) desafiam os alunos a desenvolverem projetos que envolvem as demais disciplinas do período que estão cursando. Essas ações ficam fora do contextos dos grupos de pesquisa, mas Ederson quer incentivar a submissão de trabalhos para congressos, inclusive para proporcionar aos alunos um reconhecimento pelo seus esforços.
“Identificamos a necessidade de sistematizar a identificação dos melhores trabalhos e trazer pra dentro desse projeto, para atuar no refinamento dessas obras. Colocando características da metodologia científica, analisando resultados e fazendo uma fundamentação teórica, estaremos colaborando para favorecer a produção científica da escola politécnica”, afirma.
O V Simpósio de Engenharias e Tecnologia ocorre dos dias 18 a 20 de novembro. Para acompanhar o evento, acesse as páginas da Escola Politécnica no Facebook e canal do Youtube.
Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro