Lugar de mulher é onde ela quiser

Autor: Barbara Carvalho - Jornalista

257 anos, esse é o tempo necessário para que o salário das mulheres cheguem ao mesmo nível do dos homens, de acordo com o ranking Global Gender Gap Report. Parece absurdo, porém essa é a realidade do mercado de trabalho atualmente.

Este foi um dos temas discutidos na Maratona Transformando o Mundo, evento realizado pela Pró-reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Uninter que abordou os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU. Sendo a quinta ODS, a Igualdade de Gênero foi um dos assuntos das palestras que aconteceram no dia 17.out.2020 por meio do canal oficial da Uninter no Youtube (acesse o link para assistir aqui).

Com mediação da professora Joice Diaz, as professoras e coordenadoras de cursos da pós-graduação Oriana Gaio e Talita Cabral iniciaram suas falas explicando os dois pontos da quinta ODS: reconhecimento e valorização do trabalho doméstico, e participação plena e efetiva das mulheres na política. Essas metas foram escolhidas devido à atualidade dos assuntos. O trabalho doméstico veio à tona por causa da quarentena, que mostrou como ele ainda não é valorizado. O segundo ponto foi escolhido pelo fato de estarmos em um ano eleitoral.

“Quando a gente traz a questão da igualdade de gênero, temos que pensar desde a questão dos papéis sociais até mesmo a questão da discriminação, e de quando a gente começa a olhar algumas atividades como sendo de homens ou de mulheres”, comenta Talita.

De acordo com relatório da Organização da Nações Unidas (ONU) exibido pelas professoras, homens mulheres dedicam tempos diferentes para as atividades domésticas. Os homens dedicam em média 5.1 horas por semana, enquanto as mulheres, por sua vez, dedicam em torno de 11 horas, e isso aumenta de acordo com a faixa etária da mulher. O mesmo relatório mostra que as mulheres são as que mais sofrem com os impactos da pandemia por conta dessa sobrecarga de trabalho. Para Talita, “até os dias atuais ainda vemos essa questão do cuidado e do trabalho doméstico sendo atribuídos à mulher, como se trabalho tivesse gênero, são coisas impostas e nós vamos absorvendo”.

As professoras ainda debateram a questão da participação na política, citando como exemplo a cidade de Curitiba. De acordo com levantamento recente, para as eleições municipais na capital paranaense deste ano existem 1.181 candidatos a vereador, sendo 33% mulheres, um total de 394 candidaturas femininas, número três vezes maior do que na última eleição.  “As mulheres precisam sim entender de política, as mulheres precisam sim se fazerem ser ouvidas, até mesmo para que a gente consiga diminuir essa desigualdade que existe no mercado de trabalho”, comentou Talita.

Outro ponto relevante citado durante a conversa foi a questão da mulher em papéis de chefia. Segundo a pesquisa Atitudes Globais pela Igualdade de Gênero, realizada pelo Instituto Ipsos, 3 em cada 10 pessoas no Brasil (27%) admitem que se sentem desconfortáveis em ter uma mulher como gestora.  “A gente não pode atribuir tudo a uma figura masculina, existe ainda uma situação das próprias mulheres que minam a carreira e a possibilidade de crescimento e de tomar decisão de outras mulheres”, declara Oriana.

Dentre todas estas diferenças, o que pode ser feito para garantir a mudança? Exemplos foram citados, tais como empresas desenvolvendo políticas ativas, lançando iniciativas de conscientização e capacitação, além de definir metas e monitoração do progresso.

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Autor: Barbara Carvalho - Jornalista
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Tima Miroshnichenko/Pexels


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