Livro, este incrível artefato onde cabe o universo inteiro
Já imaginou viver em um mundo onde ninguém conhece a história de seus antepassados? Certamente a informação, os inventos e avanços tecnológicos e até mesmo a educação seriam muito diferentes. A invenção do livro, de fato, é uma das mais importantes inovações criadas pelo ser humano, e perpassou por um longo caminho para chegar ao que conhecemos hoje.
Na Antiguidade já existia a necessidade dos povos escreverem sobre seus conhecimentos. O primeiro recurso para a escrita foram as tábuas de pedra ou argila (pensa só no peso e na dificuldade de manuseio dessas peças!), logo após, as folhas de papiro em cilindros, bem mais fáceis de carregar, porém mais frágeis. Algum tempo depois veio o pergaminho feito com peles de animais, mais resistente e duradouro, também facilitava a escrita.
Ensaiando para os primeiros livros, foi criado o códex (códice), que consistia na organização dos pergaminhos em páginas, mais tarde aprimorados pelos romanos, eram utilizados como uma forma de codificação das leis.
No final da Idade Média, a invenção da Imprensa (ou prensa) por Gutenberg revolucionou a difusão da informação, permitindo a impressão de livros em larga escala. A produção deixou de ser uma prática manual para se tornar mecanizada. A prensa fazia a utilização de tipos móveis (letras, números e símbolos) moldados em chumbo, e eram alimentados com tinta. Um molde com os tipos organizados, imprimir várias cópias do mesmo documento.
Com as novas tecnologias, hoje temos formas muito mais rápidas para produzir livros. Até mesmo as formas de distribuição e produção foram melhoradas, um exemplo são editoras que permitem a produção de alguns títulos por demanda, garantindo assim uma economia para as livrarias e autores.
Diante de tamanho poder do livro, não seria exagero dizer que ele bem poderia ser uma bela tradução do que seja o Aleph do escritor argentino Jorge Luis Borges. Para o lendário escritor, a palavra Aleph é “o ponto de onde é possível se ver todos os outros pontos do universo“. Em que melhor lugar podemos encontrar o universo senão no livro?
O Dia Nacional do Livro
Com a chegada da Família Real ao Brasil em 1808, trazendo mais de 60 mil volumes de Portugal, houve o desejo por parte de D. João de criar a Biblioteca Real no estado do Rio de Janeiro, atualmente chamada de Biblioteca Nacional. Em 29 de outubro de 1810, a criação da biblioteca transformou a data no nosso Dia Nacional do Livro.
Considerada pela UNESCO como a sétima maior biblioteca da América Latina, possui mais de 9 milhões de obras e contém ornamentos de artistas como Eliseu Visconti, que criou o emblema da Biblioteca Nacional, Rodolfo e Henrique Bernardelli e Modesto Brocos.
Em 1990 a biblioteca foi transformada em fundação de direito público, vinculada ao Ministério da Cultura. Além de preservar um acervo histórico riquíssimo, tornou-se responsável pela promoção e divulgação de autores e livros brasileiros no exterior.
Algumas referências da literatura brasileira:
Machado de Assis, responsável por criar a Academia Brasileira de Letras. Suas maiores obras são “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Quincas Borba” e “Dom Casmurro’’;
O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, com sua obra principal “A Rosa do Povo”;
Clarice Lispector, jornalista e escritora, nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira, suas maiores obras são “A Hora da Estrela”, “A Paixão Segundo G.H” e “Laços de Família”;
O escritor e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna, com os inesquecíveis “O Auto da Compadecida” e “A Pedra do Reino”.
Autor: Jaqueline Deina - Estagiária de JornalismoMauri König
Créditos do Fotógrafo: Pixabay