Live discute tecnologia e sociedade no momento atual

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

O crescimento e a qualidade das modalidades de ensino híbrido e remoto, o trabalho em home office, o avanço tecnológico e a saúde mental das pessoas, bem como a LGPD e o vazamento de dados dos brasileiros, todos esses assuntos foram abordados na live completíssima do Vem Saber, programa da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios da Uninter, transmitido no último dia 27.abril.2021.

As professoras Adriana Costa e Adriana Goulart, juntamente com o Reitor da Uninter, Benhur Gaio, foram os palestrantes do evento que teve a mediação do professor Armando Kolbe Junior.

LGPD

A LGPD (Lei geral de proteção de dados) entrou em vigor em setembro de 2020, após um período de adaptação de dois anos. A partir de agosto de 2021, as empresas poderão passar a ser auditadas, vistoriadas e multadas. A lei tem o objetivo de traçar diretrizes claras na proteção da privacidade e segurança de dados pessoais, estabelecendo normas sobre a coleta, o armazenamento, tratamento e compartilhamento de dados pessoais, gerando maior proteção aos cidadãos.

Para complementar a lei foi criado um novo órgão federal, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), para fiscalizar seu cumprimento por todas as empresas, sejam privadas ou públicas. Adriana Costa comenta a importância da lei: “É importante entender que temos uma lei para nos amparar em caso de uso indevido de nossos dados. Existem várias situações nas quais o que a lei procura é minimizar vazamentos e garantir a nossa segurança”, afirma.

A LGPD tem o objetivo de proteger os dados pessoais de todo cidadão brasileiro, sejam obtidos por meios digitais ou físicos. Dados pessoais e sensíveis são aqueles que podem de alguma forma gerar situações discriminatórias ou de prejuízo financeiro, tais como: origem étnica, informações de religião, alinhamento político, estado de saúde, características físicas, RG, CPF, entre outros.

Hoje, o usuário precisa autorizar de forma explícita o uso dos seus dados, e as empresas precisam cuidar de como elas estão salvando, manuseando e disponibilizando essas informações. A LGPD afetou muito o dia a dia das empresas, que tiveram que se estruturar e se preparar para isso.

Apesar da lei, é fundamental que tenhamos cuidado com as nossas informações. É preciso cuidar com senhas, preenchimento de dados pessoais em sites que não são confiáveis, ligações suspeitas que solicitam informações pessoais, informações bancárias etc.

Adriana Costa conta que o T.I (Tecnologia da Informação) sempre foi uma área muito preocupada com a segurança, e agora tem o respaldo da lei: “Foi e está sendo um trabalhão. Os hackers são muito criativos, eles sempre pensam formas diferentes de burlar a segurança dos sistemas, e isso também é bom pois nos estimula a sempre estar na frente e pensar em formas de proteção. E também temos que fazer o nosso papel como indivíduos”, explica.

Benhur comentou sobre como a LGPD afeta a Uninter e como a empresa está lidando com a lei: “A Uninter tem empresas que nos ajudam, uma de São Paulo e uma de Curitiba, que nos ajudam nas questões referentes à LGPD, e existe todo um trabalho de preparação para o tratamento das nossas informações e dos dados de nossos alunos, que são dados sensíveis, e nós tomamos muitos cuidados. Tem sido feito um trabalho muito intenso, estamos trabalhando em uma série de melhorias”, afirma.

Home office, tecnologia e saúde mental

Adriana da Silva Goulart conta que a situação de home office foi potencializada de uma forma jamais pensada diante da pandemia: “Nós antecipamos pelo menos uns 5 anos de alguns fatos, entre eles essa quebra de cenário da atividade laboral da atividade corporativa”, ressalta.

Para as pessoas que gostam de trabalhar de casa, os principais atrativos são: poder fazer uma pausa e se dedicar a uma atividade particular durante o momento que for conveniente; flexibilidade maior para curtir a família, esposa, marido e filhos; poder dormir um pouco mais por não ter de enfrentar o trânsito e se arrumar para o trabalho, entre outros.

Porém, Adriana nos conta que devemos ter uma visão plural, pois tudo o que vem de maneira demasiada exige cuidado. “O horário se tornou uma coisa contínua, sem pausas, não paramos para nada, e quando isso acontecendo diariamente e sucessivamente vai colocando uma carga pesadíssima sobre o indivíduo que, a princípio, não percebe. Além disso, ocorrem as interferências familiares, seja com a esposa, com o marido, ou o filho. Por mais que isso seja desgastante, ainda continuamos tocando em frente, acabamos relevando, pois essa é a realidade do momento, e aí não estamos olhando para nossa saúde, para nossa gestão. Será que eu realmente estou sendo profissional? Tenho noção do tempo que estou trabalhando, ou me preocupo com a cadeira em que estou sentado? A fatura sempre chega, e dentro dessa fatura está a saúde mental e física”.

A professora destaca que entre os sinais de que algo não vai bem estão as dores de cabeça e nas costas. Começam como pequenos incômodos, mas se isso acontece de forma repetitiva pode se tornar um grande problema. A pergunta é: estamos fazendo isso com a devida maturidade? A tecnologia veio para nos servir, precisamos nos preparar e gerir o tempo, precisamos olhar para esse cenário sem que acabemos comprometendo a saúde, sem nos distanciarmos de uma vida saudável.

Ensino híbrido e remoto

Benhur lembra que a Uninter sempre se preparou para o digital: “Vínhamos trabalhando com o ensino semipresencial, e quando começou a pandemia tivemos o ensino híbrido, onde combinamos as relações na sala de aula. Todos os nossos alunos já passaram por salas de aula, então o modelo mental é de sala de aula e a gente tenta reproduzir essa questão nessa metodologia híbrida em que as tecnologias entram para dar um suporte, para potencializar a aprendizagem e o desenvolvimento dessa nova estrutura educacional com a geração de novas habilidades”, explica.

O reitor afirma que a nova geração tem grande domínio do mundo digital, mas muitos estudantes e professores enfrentam algumas dificuldades de adaptação: “Nem todos os nossos alunos têm essa característica, e muitos professores também não, então debatemos e conversamos com eles sobre a necessidade de qualificação e importância deste processo”, ressalta.

Sobre a importância do relacionamento com os alunos e do ambiente das escolas, Benhur afirma: “Temos que tomar muito cuidado com o processo relacional, pois o relacionamento, o atendimento com os alunos, é a base de todo o aprendizado. As escolas têm que ser consideradas como locais de aprendizagem, elas ainda são e serão o centro das comunidades onde estão localizadas. Nós, por meio da educação a distância, chegamos em 700 cidades do Brasil e em locais que nunca se imaginou antes existir uma instituição de ensino superior. Um exemplo é a Favela da Rocinha, nós estamos lá, fazendo uma grande diferença para a comunidade”, completa.

O evento foi gratuito e contou com participação do público que interagiu pelo chat mandando perguntas e comentários sobre os temas. Você pode acompanhar a gravação completa do evento pelos canais oficiais da Uninter no Youtube e Facebook.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *