Investimento em educação e os benefícios a longo prazo para todo o país

Autor: Rita de Cássia Turmann Tuchinski (*)

Sabemos que a educação ainda é a melhor alternativa e a maneira mais eficaz de preparar esta e as futuras gerações. No entanto, esse é um dos grandes desafios do nosso país: superar a barreira da falta de escolaridade e investimentos. Muito se fala sobre o potencial econômico do Brasil nos próximos anos, mas alcançá-lo plenamente sem um avanço considerável na educação se torna extremamente difícil. 

Considerando o investimento de 5,7% do PIB em educação, valor esse comparável ou até superior ao de países com os melhores resultados, o Brasil ocupa o 53º lugar no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA). Apesar de avanços importantes, principalmente em termos de acesso, o que pode estar errado? Como é possível que, mesmo com tantos avanços tecnológicos, ainda presenciemos, por exemplo, que apenas um em cada dez estudantes conclua o ensino médio com aprendizado adequado em matemática, e menos de três em português? Ou ainda, que quase metade dos estudantes abandone o ensino médio? 

Essas indagações nos remetem à certeza de que o investimento em educação é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento de qualquer nação. No entanto, reforço aqui a questão de investimentos, não refletindo apenas em números, mas também e, principalmente, na qualidade do ensino ofertado. O alarmante é quando nos deparamos com dados que nos mostram discrepâncias sobre a qualidade da educação oferecida, como aponta o recente relatório “Education at a Glance 2024” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que nos revela sobre o investimento em educação no Brasil. Segundo o estudo, o país gasta anualmente cerca de US$ 3,6 mil por aluno da rede pública, enquanto a média dos países da OCDE ultrapassa os US$ 11 mil 

Outro ponto relevante é a comparação do percentual do PIB investido em educação. Embora o Brasil destine 4,4% do seu PIB para a educação, um patamar semelhante ao de países como Suécia e Nova Zelândia, a realidade econômica e social desses países é muito diferente.  O PIB do Brasil é significativamente maior, mas a população também é muito mais numerosa, o que dilui o impacto do investimento per capita. Nesse contexto, fica claro que usar o PIB como critério de comparação não reflete a verdadeira situação do investimento em educação no país. 

Fica evidente que os dados nos alertam para a urgência de mudanças profundas e sólidas no sistema educacional brasileiro, envolvendo tanto o governo quanto os setores públicos e privados. No entanto, nossa contribuição individual e coletiva é igualmente fundamental para garantir que esses investimentos se perpetuem a longo prazo. Ao nos engajarmos em ações como voluntariado, apoio a projetos comunitários e escolas locais, e participação nos conselhos escolares da nossa comunidade, podemos gerar impactos significativos e duradouros.  

Para concluir, é essencial destacar que, juntos, podemos construir um futuro mais justo e promissor para todos. A união de esforços individuais e coletivos é a chave para transformar a educação e, consequentemente, a sociedade como um todo. 

*Professora Me. Rita de Cássia Turmann Tuchinski – Professora do curso de Pedagogia no Centro Universitário Internacional – UNINTER 

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Autor: Rita de Cássia Turmann Tuchinski (*)
Créditos do Fotógrafo: Agência Senado


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