Inteligência artificial, mercado para Engenharia da Computação
Das 3.465 empresas dedicadas exclusivamente à inteligência artificial (IA) no mundo, 26 são brasileiras. É o que mostra o estudo Cenário Global da Inteligência Artificial, publicado pelas companhias Asgard e Roland Berger em 2018. O volume de startups coloca o Brasil em 17º lugar no ranking, que é encabeçado pelos Estados Unidos, com 1.393 empresas.
A China vem em segundo lugar, com 383 empresas, e tem a intenção de desbancar seu concorrente americano até 2030. Mas a expansão desse mercado deve acontecer em todo o mundo. Outro estudo, conduzido pelo Bank of America Merrill Lynch, estima que o mercado global de inteligência artificial deve movimentar US$ 152,7 bilhões em 2020.
“Nós atingimos um limite na inovação que conseguimos criar. A partir de agora, inovar só será possível por meio do uso da inteligência artificial em sistemas. A linguagem é muito sofisticada”, explica Frank Alcantara, professor de Engenharia da Computação na Uninter.
Nesse crescente mercado, o professor aponta que o engenheiro da computação, com formação focada em IA, será o profissional curinga. Ele poderá trabalhar em diversos campos, desde vendas até saúde. “A IA entrou no Brasil pelos bancos e foi para a venda on-line. Mas essa linguagem tecnológica, do algoritmo de IA, é necessária em todas as áreas, porque está por trás de todos os processos de inovação que estão acontecendo atualmente”, defende.
Nas startups brasileiras avaliadas pela Asgard, por exemplo, aparecem negócios especializados em comunicação, marketing, vendas, otimização de negócios, finanças, entre outros.
Como consequência às novas exigências do mercado de trabalho, os recém-formados já precisam estar familiarizados com assuntos com a IA, mas são poucas as instituições de ensino que atualizaram seus currículos. Na Uninter, os alunos contam com disciplinas de PBL (Aprendizado Baseado em Problemas), em que aliam a teoria à prática em situações cotidianas do mercado de trabalho. “Temos diversas linhas de pesquisa, e estamos atuando em inteligência artificial, Internet das Coisas e Indústria 4.0, entre outras”, afirma Alcantara.
Exemplos brasileiros
O levantamento da Asgard não leva em conta empresas que trabalham com inteligência artificial sem ter a tecnologia como seu foco primário. É o caso da Magazine Luiza, que montou uma equipe para desenvolver a Lu, assistente virtual que ajuda no atendimento e no processo de pós-venda. O bot foi eleito o melhor do Brasil na categoria serviços no 1º Bots Brasil Awards.
No campo das finanças, o Banco Bradesco conta com a BIA – Bradesco Inteligência Artificial. O bot foi introduzido em 2017 para que os funcionários tirassem dúvidas dos clientes. Atualmente, já está disponível para o público externo e responde em média 300 mil perguntas por mês sobre 62 produtos, com precisão de 95%.
A propagação da IA por meio de chatbots e assistentes virtuais é a mais perceptível no Brasil, mas há muito mais que essa tecnologia pode fazer. Alcantara ressalta o potencial da inteligência artificial para detecção de fraudes, cibersegurança e processos de desburocratização.
Autor: Da AssessoriaEdição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Pixabay