Imigrantes falam de discriminação e xenofobia em evento na Uninter
Heloisa Alves Ribas – Estagiária de Jornalismo
O Brasil é um dos países latino americanos que mais possui estrangeiros. Dados estatísticos da Polícia Federal indicam a entrada de 117.745 imigrantes em 2015. Destes, 14.535 são haitianos. Muitos deles vieram em busca de uma melhor qualidade de vida após o terremoto que devastou o país em 2010, matando mais de 300 mil pessoas.
Com isso, uma das ações realizadas por meio do evento de Responsabilidade Social Universitária de 2017 foi uma mesa redonda com o tema “Recentes correntes migratórias em Curitiba – Dificuldades de Percepções”. O evento, que ocorreu na noite do último dia 21, teve como sede o polo Carlos Gomes da Uninter, em Curitiba.
Segundo Sandra Regina Kmita, coordenadora do polo e uma das responsáveis pelo evento, o objetivo principal foi promover discussões entre os convidados e os acadêmicos sobre o reconhecimento da cidadania plena de migrantes e refugiados, atuando na defesa de seus direitos, na assistência sócio jurídica e humanitária, em sua integração social e inclusão em políticas públicas.
“A mesa também trouxe questões sobre as mudanças na Lei de Migração, aprovada no último 18 de setembro e que passa a vigorar em 180 dias após a sua publicação. Vistos humanitários, combate à discriminação, repúdio à xenofobia e ao racismo e qualquer outra forma de discriminação como princípios da política migratória do país e o fim da criminalização da imigração”, explica Sandra.
Entre os convidados da mesa estavam Sedaminou Floriane (Grupo Benin), Adegmar José da Silva (Candieiro), Berthony Pieere (Grupo Haiti), Márcia Ponge, coordenadora do Programa de Integração para Refugiados e Solicitantes de Refúgio. O mediador do debate foi o coordenador do curso de Serviço Social da Uninter, Dorival da Costa.
Sedaminou Floriane trouxe como pauta principal para a discussão os problemas enfrentados na sua vinda para o Brasil como estudante. Segundo ele, a dificuldade maior foi com vagas para estudo e para estágio. Já Adegmar da Silva indagou aos presentes sobre as correntes migratória e sobre a história do negro no país e em Curitiba. E, por fim, Berthony Pierre falou sobre a associação dos haitianos e trouxe questões polêmicas, como como a visão deturpada de que os imigrantes que chegam ao Brasil são inimigos do país.
“O evento foi bastante produtivo, pois o objetivo de promover o conhecimento e reflexões sobre o tema foi atingido de forma com que o público participou e indagou sobre as dúvidas e divergência de opiniões. Para finalizar, Adegmar fez a leitura do poema ‘Alma das Ruas’ e Pierre cantou uma canção em francês”, diz Sandra.
Edição: Mauri König
Em minha opinião, o Brasil não está preparado estruturalmente para receber imigrantes vindos de países pobres como o Haiti ou outro qualquer país com índices de pobreza igual ou pior que o Brasil. Temos aproximadamente 17 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza. Esses imigrantes vem aumentar essa estatística. Falando de imigrantes de países da América do norte ou Europa, a maioria vem investir e dar empregos para os brasileiros.