Histórias em quadrinhos contribuem para formação de novos leitores

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo

Conhecidos por serem narrativas gráficas com texto e imagens nos mais diversos estilos, a histórias em quadrinhos marcaram e continuam marcando a vida de muitas pessoas em todo o mundo.

O tom humorístico das HQ (como são abreviadas no português), muitas vezes problematizador e reflexivo, ocupou espaço em jornais, revistas e livros durante décadas em diversos países.

Abordando temas como o terror, o romance, a ficção científica, o crime e as histórias infantis, as histórias em quadrinhos alcançaram seu ápice pela comercialização dos famosos gibis.

Segundo o doutor em História e especialista em histórias em quadrinhos, Rodrigo Otávio dos Santos, a HQ como conhecemos hoje tem origem nas relações de produção e consumo na sociedade industrial.

Intensificada no início do século XX, a produção de histórias em quadrinhos está diretamente ligada à comunicação de massa do mundo moderno. Mas, não é só isso, elas também cumprem um papel pedagógico.

A formação de novos leitores

No Brasil, obras de autores populares como Mauricio de Souza, Ziraldo e o argentino Quino permeiam até hoje o imaginário dos leitores, por meio de histórias cativantes sobre a casualidade da vida humana.

Rodrigo Otávio conta que isso está muito ligado ao interesse que crianças e jovens sempre tiveram nesse tipo de produção literária. Além de seu caráter de entretenimento, as histórias em quadrinhos também têm papel importante na formação de novos leitores.

“O que mais ajuda a incentivar a leitura é dar à criança algo que ela tenha interesse”, diz.

Para ele, esse incentivo está atrelado a fazer com que a pessoas entendam que ler pode ser uma diversão, e não só uma obrigação. Ofertar a leitura em escolas e criar espaços com essa finalidade são pontos relevantes para elevar esse pensamento.

Função pedagógica

As produções com códigos bastante característicos, além das escolhas de cores, traços e recortes, permitem o entendimento de contextos, personagens, acontecimentos históricos e realidades particulares.

“Os quadrinhos são muito mais do que somente ilustrar. Eles devem problematizar, promover e reflexão e aguçar a imaginação, afirma Rodrigo

Apesar da popularização de cartunistas e tirinhas em provas da rede pública de educação, ainda são poucos os quadrinistas adotados em sala de aula para auxílio pedagógico

Na opinião de rodrigo, professores deveriam ampliar o leque de temas e abordagens, inserindo cada vez mais as histórias em quadrinhos no cotidiano dos alunos.

Destaques brasileiríssimos

Entre os cartunistas brasileiros que vêm se destacando nos últimos anos, Rodrigo destaca alguns nomes, como Marcello Quintanilha, cartunista vencedor do prêmio Fauve Polar SCNF do Festival de Angoulême de 2016.

A principal premiação francesa das histórias em quadrinhos glorificou o brasileiro por seu trabalho com a HQ “Tungstênio”. Atualmente, Marcello vive em Barcelona, na Espanha, onde publica ilustrações em jornais espanhóis (El País e Vanguardia).

Outro destaque brasileiro é Marcelo D’Salete, mestre em história da arte pela Universidade de São Paulo (USP). Suas principais obras (Cumbe, de 2014, Angola Janga, de 2017) tratam da história da resistência à escravidão no Brasil pela ótica dos povos negros.

Como está o mercado?

A busca por gibis atualmente sofreu diversas mudanças devido à forma como as HQ se inserem na sociedade. Apesar da quase extinção das bancas tradicionais e da comercialização dos quadrinhos nelas, o mercado de quadrinhos vai muito bem.

Ambientes como gibitecas, livrarias, sebos e, mais recentemente, plataformas e aplicativos de leitura online mantêm a publicação das HQ no Brasil e no mundo.

São obras em diversos tamanhos, dos mais variados gêneros e abordagens que saem periodicamente e alimentam a imaginação daqueles que são apaixonados pelo formato.

“Nós temos um estouro de quadrinhos no Brasil, em tiragens menores em relação as outras décadas, que ocupam muito espaço nas livrarias mensalmente”, ressalta.

Rodrigo Otávio dos Santos foi o convidado da vez do programa Atualidades da Educação, exibido pela Rádio Uninter em 9 de novembro, que abordou a utilização das histórias em quadrinhos na educação, com apresentação dos professores da Uninter Alvino Moser e Luís Fernando Lopes.

Assista ao programa Atualidades da Educação pelo canal de Youtube da Rádio Uninter.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de Jornalismo
Edição: Larissa Drabeski


1 thought on “Histórias em quadrinhos contribuem para formação de novos leitores

  1. Cara, que legal! Quando eu era criança lia muitas HQs da Turma da Mônica, Pato Donald e de super-heróis. Esses dias estava fazendo uma limpeza no meu quarto e encontrei algumas, é realmente uma ótima porta de entrada para a leitura.

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