Frio e calor extremos: o que está por trás das mudanças climáticas
Autor: Márcia Cristiane Kravetz Andrade *Os maiores desafios da atualidade e da humanidade estão atrelados aos efeitos das mudanças climáticas globais e às suas adaptações. Isso porque dependemos da geração de eletricidade, transportes diversos e estamos, cada vez mais, sendo consumistas, ampliando a produção de alimentos e diversos outros produtos que, muitas vezes, envolvem a emissão de gases do efeito estufa (GEE).
Os impactos climáticos podem ser observados desde as ondas de extremo calor, como no Reino Unido, Portugal, Espanha, Índia, Paquistão, até as secas no Brasil, agravando as queimadas, incêndios nos Estados Unidos e as fortes chuvas em diversos estados do Brasil, Estados Unidos, Catar e Paquistão, podendo acarretar vítimas.
Cabe ressaltar que fenômenos meteorológicos não são novidades, sendo possível identificar ou prever onde esses eventos têm maior probabilidade de ocorrer por meio da tecnologia. Porém, com uma possível interferência antrópica no ecossistema podendo resultar em mudanças climáticas, a frequência dos eventos extremos aumentou, na intensidade e na quantidade.
Diversos especialistas alertam que tanto frio quanto o calor extremos poderão ser sentidos com mais frequências, principalmente no Hemisfério Norte em grandes áreas continentais, exemplo do calor na Europa, e chuvas torrenciais e secas nos Estados Unidos.
Apesar de cada hemisfério trabalhar independentemente, os eventos extremos no Hemisfério Sul também são sentidos. Podemos observar as fortes chuvas e a seca no Brasil. Mas ressaltamos a seca no Brasil, que tem como resultado o aumento das queimadas, e segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos primeiros seis meses de 2022 as queimadas aumentaram 13% no cerrado e 17% na Amazônia, comparando ao mesmo período de 2021. Sendo que os maiores focos de julho estão nos estados do Pará (31,3%), no Amazonas (26,6%) e em Mato Grosso (22,3%). Na área amazônica, o fogo afetou cerca de 7.625 km² já no Cerrado corresponde a 21.346 km².
Todos esses eventos extremos estão associados às mudanças climáticas, mesmo sendo fenômenos naturais, pois a interferência antrópica constante acaba contribuindo com esse aumento. Assim, é necessária uma ação efetiva como resultado dos eventos ambientais globais e nacionais, reforçando as políticas públicas, agindo na conscientização de cada indivíduo, pois observamos a demora de se produzir ações para conter esses riscos.
Ainda existem muitos pesquisadores nas universidades que estão dispostos a se envolver na causa, mas faltam investimentos na pesquisa, incentivo às novas tecnologias como fonte de estudo. E, é claro, cabe a nós, como sociedade, pensarmos o que estamos fazendo no dia a dia. Estamos deixando o consumismo de lado? Estamos reciclando? Economizando energia e água? Como estamos contribuindo com a sustentabilidade do planeta, desde ações individuais ou coletivas.
(*) Márcia Cristiane Kravetz Andrade é mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental, doutoranda em Sustentabilidade Ambiental Urbana e Tutora dos cursos de pós-graduação na Área de Meio Ambiente da Uninter.
Autor: Márcia Cristiane Kravetz Andrade *Créditos do Fotógrafo: Pixabay