“Força-tarefa” vai identificar o que leva as pessoas à situação de rua
As pessoas em situação de rua são cidadãs que, muitas vezes, têm enormes dificuldades para usufruir dos direitos que lhes são garantidos por lei. São homens e mulheres que se encontram em um momento de fragilidade na vida, por diversas razões. É importante sabermos quem são, quantos são, do que precisam e por quais razões se encontram nessa situação de vulnerabilidade.
Pensando em todas essas questões, a Uninter criou um projeto de pesquisa e extensão para estudar o assunto. Esse projeto conta com a participação de alunos dos cursos de Serviço Social, Direito e Ciência Política, e também conta com a parceria da FAS (Fundação de Ação Social de Curitiba). Essa “força-tarefa” busca apontar sugestões de melhorias no trabalho de acolhimento à população em situação de rua.
Como surgiu o grupo de pesquisa
Segundo o coordenador do curso de Serviço Social, Dorival da Costa, e a professora Neiva Silvana Hack, o projeto surgiu por iniciativa da Reitoria da Uninter, que identificou essa necessidade. “Vemos a realidade no entorno dos campi presenciais, que estão no centro da cidade, nas praças, e os nossos alunos cotidianamente observam de perto a população em situação de rua. É uma realidade que a instituição precisa conhecer, entender e até intervir”, afirma Neiva.
“O projeto Pop Rua nasceu da necessidade que a Uninter detectou em função de suas sedes estarem no centro da cidade, perto dos moradores em situação de rua que vivem ao redor desses espaços. Então, surge a questão de como podemos contribuir com a política pública municipal no atendimento e acompanhamento desses sujeitos”, explica Dorival.
As etapas
No dia 12 de setembro, os coordenadores do grupo POP Rua, professores Dorival e Neiva, fizeram uma reunião com membros de várias organizações que lidam com esta questão. “Toda pesquisa nos faz crescer. Não é só conhecer o indivíduo, mas as relações que ele estabelece. Esse é um ponto que tem me chamado a atenção ao conhecer essas relações, a violência que eles sofrem, os riscos”, comenta a coordenadora do projeto.
A reunião teve por objetivo debater a metodologia a ser usada na pesquisa e também como será feita a abordagem dessas pessoas. Ainda não há previsão de data para o início da aplicação dos questionários, nem quanto à conclusão do trabalho. A presença de sociólogos, antropólogos, representantes de instituições como a Cohab, InRua e Defensoria Pública serviu para questionar os limites éticos das perguntas que serão feitas e sugerir locais para as entrevistas.
Um dos assuntos abordados também foi a preocupação com a imagem, integridade e representação dos sujeitos. Uma representante do Comitê de Ética em Pesquisa da Uninter estava presente, pois o projeto já foi aprovado pelo comitê, mas ainda é preciso definir alguns aspectos em relação aos questionários.
Autor: Ariadne Körber – Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König / Revisão textual: Jefferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Gabriel Bukalowski e Ariadne Körber - Estagiários de Jornalismo