“Felicidade é uma construção diária”
Autor: Igor Carvalho Horbach – Estagiário de Jornalismo CNUÉ fato que a rotina acelerada, o consumismo exacerbado e as grandes mudanças socioeconômicas do país trazem impactos significativos na qualidade de vida das pessoas, mas como lidar com as emoções no dia a dia para que a felicidade seja algo rotineiro e não uma busca constante sem concretude?
Segundo o relatório de Depressão e outros transtornos da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2023, o Brasil é o país com maior índice de transtornos depressivos da América Latina, com uma taxa de 5,8%. Isso corresponde a aproximadamente 11,7 milhões de pessoas. Ainda segundo um estudo realizado pelo Ministério da Saúde, há a projeção que esse número aumente para 15% nos próximos anos.
Muitos são os fatores que podem levar uma pessoa a desenvolver depressão ou ansiedade, mas para a professora Cassia Tereza Poloni, “a felicidade é uma construção diária, não uma busca”. Isto é, a maneira como cada indivíduo consegue lidar com os seus próprios sentimentos.
Não significa anular as emoções, é preciso realmente vivê-las. Para ela, o ideal é ter a percepção sobre as situações que realmente lhe trazem felicidade, ao invés de focar na parte ruim do dia a dia. “Nós temos que ser felizes no nosso dia a dia e não lá na frente. Eu não sei nem onde é esse lá na frente”, destaca s professora.
Uma maneira de conseguir visualizar o que lhe faz bem, segundo Poloni, é a busca por um propósito. Com isso, cada indivíduo conseguirá projetar um objeto de vida e ir alimentando-o com situações e emoções positivas durante o processo. Contudo, a profissional faz um alerta. “Às vezes fica tão preocupado em buscar um propósito, que esquece de ser feliz”.
A fim de contribuir para essa percepção, a professora traz o conceito Spire estudado por Tal Ben-Shahar. O espiritual, não como religião, mas a de busca incessante por seu propósito de vida, e que por sua vez está intermitentemente ligado com o físico, ou seja, com a mente. Há também o intelectual, que se torna a capacidade de vivenciar novas experiências. Vencer os medos para que a cada dia, uma coisa nova possa ser vivida por cada um.
Cuidar dos relacionamentos interpessoais também é importante para que a felicidade seja construída no cotidiano. Relacionamentos afetivos, com amigos, familiares etc, precisam ser cuidados e estar em harmonia. Por fim, as emoções precisam ser lidadas de forma consciente e madura, evitando assim um sobrecarregamento emocional, e consequentemente outros transtornos de saúde.
Tendo isso em mente, Poloni acredita que um indivíduo poderá construir a felicidade e o bem-estar em sua vida. Principalmente, ao começar aprender a lidar com as emoções. “Quando você está bem consigo mesmo, você consegue lidar com os sentimentos”, afirma.
O tema foi debatido no programa da Rádio Uninter, Diversos da Pós, no dia 28 de março, com apresentação dos professores Edilson Barbos e Paloma Herginzer e está disponível no canal do Youtube.
Autor: Igor Carvalho Horbach – Estagiário de Jornalismo CNUEdição: Larissa Drabeski
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