Fala com sabedoria e ensina com amor
Autor: Rodrigo Berté*“Romper as fronteiras do preconceito e do ódio, é comunicar o amor e o respeito e o encontro do sujeito com a realidade do outro”
Foi lançado nesta quarta-feira (02/03) pela CNBB (Conferência Nacional do Bispos do Brasil) da Igreja Católica a nova Campanha da Fraternidade 2022. Um tema relevante e atual: Fraternidade e Educação, uma reflexão sobre o ensino de qualidade e aos acessos à toda população, onde quer que estejam inseridos.
“Romper as fronteiras do preconceito e do ódio, é comunicar o amor e o respeito e o encontro do sujeito com a realidade do outro”. Este é um dos grandes objetivos da campanha, que vai além da informação e mobilização, e busca fomentar o diálogo entre os entes da educação formal e informal.
Uma citação chama muito a atenção: Jesus “fala com sabedoria, ensina com amor”.
São João nos apresenta uma cena bastante iluminadora sobre o modo de agir de Jesus como mestre. O texto é conhecido como o da “mulher adúltera” e está em João 8:1-11. Jesus se encontra em Jerusalém, no contexto da festa das Tendas. Vai ao templo, ensina e desperta comentários da parte dos judeus: “Como ele é tão letrado, sem nunca ter recebido instrução?” (Jó 7:15).
Mais adiante, Jesus volta do Monte das Oliveiras e retorna ao templo. Senta-se e começa a ensinar o povo que se reuniu ao seu redor. Então, “os letrados”, escribas e fariseus, aproximam-se para testar sua sabedoria. Apresentam-lhe uma mulher pega em adultério, recordam-lhe o ensinamento da lei, que manda apedrejá-la, e querem ouvir o parecer de Jesus.
É neste contexto, que o diálogo da Igreja torna-se ecumênico, uma vez que, o tema vai além de um propósito de fé, e de uma formação religiosa, ou de seguimento espiritual, é para todos.
A comunidade acadêmica recebe este tema com muito respeito e acima de tudo com propósitos, como acesso ao ensino, a formação intelectual, ao debate plural em tempos incertos e apocalípticos. Temos que ter a clareza e a sapiência necessária para discutir esses temas no âmbito da academia, na comunidade, no trabalho, em casa e nas múltiplas relações.
Esperançosos que somos, a exemplo da CNBB, cabe a cada um fazer a sua parte e espalhar essa forma de diálogo que a Igreja propõe.
* Rodrigo Berté é pró-reitor de Graduação Uninter.
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