Estudantes aprimoram conhecimento de botânica com confecção de herbário

Autor: Rafael Lemos - Assistente de Comunicação Acadêmica

Um dos métodos tradicionais e fundamentais no ensino de botânica é a confecção de exsicatas: coleções de plantas prensadas, secas e montadas em papel, acompanhadas de informações detalhadas sobre identificação, localização e características morfológicas. Esse experimento não é apenas objeto de estudo, mas uma ferramenta essencial para a aprendizagem e a pesquisa botânica, além de fornecer um acervo físico para o estudante.

Certas disciplinas, como a botânica, enfrentam desafios únicos, especialmente no que diz respeito ao aprendizado prático e à experiência de campo no contexto da educação à distância. Replicar o experimento de coleta e montagem de exsicatas é um deles. Nesse ambiente educacional, os estudantes não têm acesso direto a plantas frescas e ao espaço natural, o que pode limitar a compreensão das características e dos processos envolvidos na identificação e classificação das espécies.

Apesar desse desafio, a Uninter, juntamente com os professores da Escola Superior Politécnica, tem buscado soluções criativas para incorporar o aprendizado na educação à distância e proporcionar ao aluno um contato direto com a identificação das plantas. Uma alternativa inovadora e exitosa aplicada no curso de Bacharelado em Engenharia Agronômica, na disciplina de Morfologia, Fisiologia Vegetal e Botânica, ministrada pela professora Linéia Roberta Zen, foi a confecção de um herbário de campo.

Essa atividade permitiu que os alunos realizassem o herbário em casa, seguindo protocolos de identificação das espécies, coleta, montagem e apresentação do resultado em vídeo. Para orientá-los, foi realizada uma aula gravada no laboratório multidisciplinar da Uninter, campus Divina Providência, à qual contou com apoio da equipe de professores do curso que mostrou, detalhadamente, todos os processos desde a coleta dos exemplares de plantas até a montagem do herbário.

Ainda, o trabalho proporcionou o contato direto com o campo e o conhecimento abrangente de espécies não tradicionais aos estudantes, além da desenvoltura acadêmica em dispositivos tecnológicos como fotografias, aplicativos para identificação de plantas e plataformas de vídeos. Essas ferramentas permitiram aos estudantes a exploração de detalhes morfológicos das espécies e o acesso de informações contextuais semelhantes às que seriam obtidas em laboratórios e herbários tradicionais.

Impactos educacionais e científicos

Durante a realização do trabalho, a professora Linéia relatou que foram entregues mais de 800 herbários de campo, de forma virtual, e que os projetos se estenderam em todas as regiões do Brasil. “Cada aluno trouxe a realidade da sua região, sua vivência e particularidades no herbário. Muitos alunos, por vezes, eram limitados de recursos para confecção das exsicatas e, mesmo assim, trouxeram trabalhos excelentes mostrando interesse e aprendizado com muito pouco”.

Além disso, muitos alunos relataram à professora como foi a experiência de realizar o Herbário de Campo. “Eu gostaria de agradecer a oportunidade de fazer este trabalho. Confesso que, aos 40 anos de idade, trabalho em tempo integral, cuidando da casa, fazendo faculdade e pós-graduação. Nunca imaginei que me divertiria tanto fazendo este trabalho. Gostei muito do tema e espero ter outras oportunidades de trabalhos como este”, afirma a estudante Juliana.

Linéia enfatiza que a confecção de exsicatas não se restringe apenas ao desenvolvimento de habilidades práticas em identificação botânica. Essa prática promove o entendimento das plantas da região de cada aluno e amplia a visão sobre a importância das espécies, sendo fundamental para a carreira profissional, especialmente nas de interesse agronômico.

A capacidade de aplicar conhecimento teórico na prática é uma vantagem competitiva significativa, principalmente no cenário atual, em que muitos setores valorizam cada vez mais habilidades práticas e adaptáveis. Empregadores buscam candidatos que não apenas compreendam conceitos, mas que possam demonstrar sua aplicação. Assim, os trabalhos práticos na educação à distância não só preparam os estudantes, academicamente, mas os capacitam para enfrentar desafios do mundo real.

Por fim, enquanto a educação à distância continua a evoluir, a confecção de exsicatas botânicas permanece como um exemplo de como adaptar práticas científicas complexas para um ambiente virtual. Com criatividade, colaboração e uso eficaz da tecnologia, é possível encontrar maneiras de manter viva a tradição científica e educacional.

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Autor: Rafael Lemos - Assistente de Comunicação Acadêmica
Edição: Larissa Drabeski


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