Estresse, ansiedade e depressão aumentam ao longo dos anos

Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo

Com a divulgação do Ranking de Felicidade, desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em que o Brasil aparece na 49ª posição, a saúde mental da população voltou ao centro do debate. O Ministério da Saúde  aponta que  cerca de 20% dos brasileiros têm, tiveram ou terão algum distúrbio emocional, como ansiedade, depressão ou síndrome do pânico.

Em âmbito global, o cenário é ainda mais assustador. Produzida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a maior revisão sobre a saúde mental desde a virada do século apontou que quase 1 bilhão de pessoas viviam com transtorno mental em 2019 ao redor do mundo. Durante a pandemia, índices de depressão e ansiedade aumentaram mais de 25%.

Apesar dos altos índices, ainda não são todos que conhecem sobre os transtornos psicológicos e sabem da importância do cuidado com a saúde mental. O tema foi abordado durante o programa Saúde em Foco, exibido pelo canal de Youtube da Rádio Uninter em 21 de março (clique aqui para assistir).

Comandado pelo jornalista Barbara Carvalho, o programa recebeu a coordenadora do bacharelado em Psicanálise da Uninter, Giseli Cipriano Rodacoski, e os professores Cássio Gonçalves de Azevedo e Juliana dos Santos Lourenço, que também atuam no curso. Os profissionais explicaram mais sobre os principais transtornos psicológicos da atualidade.

Depressão

Debatida com força há alguns anos, a depressão se caracteriza como um transtorno psíquico que afeta o emocional do paciente. Sintomas como tristeza profunda, desânimo, pessimismo e isolamento são bastante comuns em pessoas que desenvolveram o quadro.

“Cada pessoa passa por um sofrimento psíquico de uma maneira. Por isso, os sintomas podem ser diferentes”, aponta Giseli Cipriano, que é Especialista em Psicologia Hospitalar.

A depressão tem se tornado uma das principais razões de afastamento de trabalho. Segundo dados da Previdência Social,  mais de 75 mil brasileiros se afastaram do trabalho por conta de quadros de depressão em 2021, em meio a pandemia de covid-19.

“Tanto a intensidade quanto a durabilidade da tristeza são maiores nesses quadros. É uma tristeza constante”, relata Cássio Gonçalves sobre casos depressivos.

Ansiedade patológica

Como explica Giseli Cipriano, a ansiedade é um aspecto natural dos seres humanos e muito importante para a vida. O problema, segundo ela, é quando ela deixa de ser exceção e se torna regra em nossa vida. A ansiedade patológica é um sinal do organismo de que o estresse está intenso, fazendo com que a agitação atrapalhe nossas vidas.

“Deixa de ser um esforço adicional para ser uma exaustão. A pessoa começa a adoecer”, diz.

Na opinião dela, um dos principais agravantes de quadros ansiosos são as redes sociais, pois estimulam muita competitividade e comparação entre as pessoas.  “É uma busca para alcançar metas e expectativas baseada no outro. Um ciclo de expectativas frustradas”.

Burnout

Bastante diagnosticada nos últimos anos, a Síndrome de Burnout, ou esgotamento, é um distúrbio emocional atrelado à exaustão pelo trabalho. Estresse e esgotamento físico resultante de atividades profissionais são os principais sintomas. Em todos os casos, a recomendação é procurar a ajuda de um profissional capacitado.

Gisele destaca a importância da humanização ao lidar com casos como esses. Colocar-se à disposição para ouvir a pessoa sem julgar é uma ótima forma de ajudar quem passa por um momento ruim. “Não podemos fazer vista grossa. Sempre temos que dar espaço para que algo que esteja incomodando venha à tona”, ressalta.

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Autor: Leonardo Tulio Rodrigues - estagiário de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Pixabay e reprodução do Youtube


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