Esporte adaptado, uma possibilidade de inclusão da pessoa com deficiência

Autor: Tatiane Calve*

Os Jogos Paralímpicos começaram a ser disputados oficialmente em 1960, em Roma, quando o esporte de alto rendimento para pessoas com deficiência física passou a ganhar visibilidade no cenário mundial.

O esporte adaptado, não somente no Brasil, mas no mundo, é uma oportunidade e um direito das pessoas com deficiência, como uma forma de promoção de inclusão social, educativa e no marcado de trabalho, quanto à profissionalização na área esportiva.

A primeira participação brasileira em Jogos Paralímpicos aconteceu na edição de 1972, em Heidelberg, na Alemanha Ocidental. Desde então, o Brasil sempre esteve presente.

Em 2021, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, atletas como Daniel Dias (foto), referência em número de medalhas paralímpicas, representaram pela última vez o seu país em competições internacionais. Outros, a exemplo de Katia Silva, Maria Carolina Santiago, Gabriel Bandeira e Gabriel Araújo, além de alguns estreantes nos jogos, estão iniciando a carreira como paratletas de elite. Nos Jogos de Tóquio, o Brasil teve sua melhor participação, mesmo com as adversidades decorrentes da pandemia de Covid-19.

Os Jogos Paralímpicos terminaram e os nossos paratletas retornaram para suas casas e às suas rotinas de treinamento. E o que mudou para esses atletas com o bom desempenho brasileiro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio? Será que o incentivo e o patrocínio para esses atletas serão maiores, para que possam se preparar para os jogos de Paris, em 2024? Acredito que não.

Sabemos que a mídia influencia demasiadamente na visibilidade dos atletas e que o esporte paralímpico não tem e não terá, após os Jogos de 2021, grande audiência na mídia, principalmente na TV aberta. Mesmo o Brasil sendo uma referência mundial no paradesporto, poucos foram os paratletas que até hoje conseguiram destaque na mídia e sucesso financeiro na carreira.

Assim, muitos paratletas medalhistas que orgulharam o país irão continuar, tendo inúmeras dificuldades para treinar, competir e auxiliar financeiramente suas famílias.

Nesse dia 3 de dezembro, quando se comemora o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, data instituída pela Organização das Nações Unidas em outubro de 1992, devemos conscientizar a população sobre os direitos da pessoa com deficiência e celebrar suas conquistas. Vale lembrar que o esporte adaptado é uma ferramenta de inclusão social, educacional e ascensão profissional e financeira.

Mas, para que isso ocorra, a população em geral, governantes e empresas privadas devem oferecer de forma igualitária o acesso à prática esportiva em escolas, clubes e centros esportivos à pessoa com deficiência de todas as idades.

* Tatiane Calve é doutora em Ciências da Saúde e professora da Área de Linguagens Cultural e Corporal do curso de Educação Física da Uninter.

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Autor: Tatiane Calve*


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