Especialistas explicam por que investir em pequenas empresas é um bom negócio para o país
Autor: Nayara Rosolen e Fillipe Fernandes - Estagiários de JornalismoDiferente do que muitas pessoas pensam, os empreendimentos que realmente formam base de empregos e influenciam diretamente na economia brasileira não são as multinacionais ou grandes empresas, mas sim os pequenos negócios. São eles que atuam democraticamente na distribuição da renda gerada, já que as grandes corporações têm o resultado do trabalho distribuído para acionistas do mundo todo e não mantêm os lucros aqui.
“Quando a gente tem uma pequena empresa, que atua localmente, ela ajuda a movimentar a economia local de uma maneira muito mais eficaz e muito mais efetiva”, explica Claudio Hernandes, coordenador dos cursos de Processos Gerenciais e Negócio Digitais da Uninter.
É pensando nesses empreendedores que influenciam efetivamente nos problemas econômicos e sociais da população brasileira que o Programa Bom Negócio – Vale do Pinhão atua. Analisando essa realidade, Claudio e outros 15 professores da Escola Superior de Negócios (ESGCN) e da Pós-graduação da Uninter desenvolveram 7 módulos para a formação da terceira etapa do projeto, que visando a capacitação de profissionais para melhor atuação no mercado, em parceira com a prefeitura de Curitiba (PR) e a Agência Curitiba de Desenvolvimento S.A.
“Se o Brasil quer ajudar essas empresas a se desenvolverem, quer ajudar a melhorar essa área, a gente precisa sim dar esse tipo de suporte para essas pessoas que têm muitas boas ideias e que precisam de um certo incentivo para que isso aconteça”, afirma a professora Pollyana Gondin, que ministrou aulas de Finanças e Sustentabilidade.
O programa amplia não só o conhecimento teórico destes profissionais, como ajudam a alavancar seus negócios, desenvolvendo técnicas e estratégias assertivas, que impulsionam as empresas de forma efetiva. Além de ensinar e acompanhar a utilização de ferramentas que colaboram na identificação exata do público alvo e como melhor ofertar o produto ou serviço, por exemplo.
A professora Vanessa Rolon, coordenadora do curso de Administração da Uninter e que ministrou aulas de Produto, mercado, vendas e o novo cliente, diz que estas pessoas precisam estar capacitadas para atender as novas exigências do mercado e que é possível notar os resultados positivos durante as aulas e aplicações prática dos conhecimentos.
“Você não pode ter esses conhecimentos para você. Na verdade, o que a gente faz, como professores, é você capacitar cada vez mais pessoas, você passar todo o seu conhecimento da melhor maneira possível e fazer com que esses empreendedores tenham cada vez mais sucesso. Esse é o nosso objetivo, é o que a gente deseja a todos eles”, salienta.
Shirlei Camargo, professora no curso de Gestão Comercial da Uninter, ministrou as aulas junto com Vanessa e complementa afirmando que inclusive já tiveram notícias de alunos que “reestruturaram todo o negócio deles baseado em pesquisas que realizaram depois de ter essa aula. Esse feedback positivo é muito bacana, porque mostra que a gente está no caminho certo”.
A importância dos pequenos negócios durante a pandemia
O valor de micro e pequenas empresas ganhou maior relevância com a chegada da pandemia ocasionada pela Covid-19. O movimento de pessoas começarem a fazer compras no mercadinho do lado de casa foi um processo natural e deve ser incentivado. A população necessita dessa fonte de recurso e os pequenos negócios precisam destes clientes para se manterem ativos. E mais do que isso, gerando emprego e movimentando a economia local.
“O programa Bom Negócio colabora neste sentido. A gente consegue fomentar essa economia, a economia empreendedora, a economia dos pequenos negócios. A gente consegue ajudar pessoas que estão criando empresas, ajudando o seu entorno social, ajudando outras pessoas porque elas dão emprego, estão ajudando a si mesmas para que elas possam não depender de outros que deem empregos para ela. É uma série de coisas que nos trazem benefícios”, ressalta Claudio.
Segundo Elaine Hobmeir, coordenadora dos Cursos Técnicos Uninter (UninterTech) e que lecionou a disciplina de Startups – Um modelo de negócios, chama atenção para o fato de que muitas empresas foram obrigadas a se reinventar durante esse período de distanciamento, “do dia para a noite”. O projeto do Bom Negócio mostra oportunidades para os empreendedores, os fazendo pensar em novos modelos e atualizando sobre as novas demandas do mercado, permitindo que seus negócios sigam firmes.
“Investir em conhecimento é a melhor decisão. O estudo e a troca de experiências entre empreendedores, além de contribuir para a aprendizagem de conteúdo, gera insights valiosos que ajudam os empreendedores a se reinventarem em momentos de crise”, afirma a professora da ESGCN Andressa Meneghelli, que ministrou aulas de Gestão de Pessoas.
Neste momento de incertezas e indecisões, é comum que muitos empreendedores se sintam sozinhos e perdidos, lembra Maria Carolina Avis, professora dos cursos de Marketing e Marketing Digital da Uninter, que lecionou aulas de Marketing, tecnologia e novos negócios no Bom Negócio. “É muito importante essa formação global, pensando não só no marketing e na comunicação, mas em tudo que aprendem dentro dessa imersão”.
“O programa permite que os empreendedores se organizem e se estruturem melhor neste momento de isolamento, para voltarem ao mercado mais preparados. A iniciativa permite que Curitiba se destaque no fomento ao empreendimento qualificado”, finaliza a professora Aline Eberspacher, coordenadora de Pós-graduação e professora no curso de Administração da Uninter, que lecionou aulas de Gestão Inovadora.
O ponto de vista de quem está começando
José Valdeci Melo, 56 anos, é um dos empreendedores que se formaram nesta última edição do Bom Negócio. Ele está iniciando um empreendimento próprio de consultoria em gestão financeira para escolas da educação básica, desde o infantil até o ensino médio. A ideia é realizar uma assessoria totalmente remota, permitindo flexibilidade e valor mais acessível.
De acordo com Valdeci, ele ingressou para o programa pensando que seria “mais do mesmo”, mas foi surpreendido com as novidades e temas atualizados apresentados pelos professores durante os módulos estudados.
“A gente precisa estar sempre se atualizando. Eu gostei muito do curso como um todo, mas as aulas voltadas ao marketing, aos produtos de gestão financeira foram bem marcantes e produtivos. Inclusive, eu aprendi a colocar no Canvas o meu modelo de negócio que estava somente na minha cabeça e nem havia sido muito planejado quando eu iniciei os trabalhos em março desse ano. Antes de sair fazendo qualquer coisa, é muito interessante se estruturar melhor através desse curso”, conta.
Stephanie Maia, 28 anos, ainda não possui uma empresa própria, mas desenvolveu um projeto de camisetas personalizadas e diz que o programa superou as expectativas que tinha ao se inscrever e iniciar os estudos.
“Eu já sinto falta de participar das aulas, principalmente depois de cada uma que dá vontade de colocar tudo em prática. Lembrando que nós temos que ter um equilíbrio entre o trabalho, família, saúde, financeiro e o nosso emocional. Assim ficamos mais perto da chave do sucesso”, finaliza a empreendedora.
Ao se formarem, os alunos ainda têm a possibilidade de realizar um quarto módulo, no qual contam com a ajuda e experiência de empreendedores que já estão inseridos no mercado e podem dar maior suporte para os recém-formados.
Autor: Nayara Rosolen e Fillipe Fernandes - Estagiários de JornalismoEdição: Mauri König
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