Equilíbrio é o segredo da imagem profissional nas redes sociais

De acordo com estudos realizados pela agência We Are Social, o Brasil ocupa a segunda colocação entre os países que mais acessam a rede mundial de computadores, ficando atrás apenas das Filipinas. Em média, os brasileiros passam nove horas diárias conectados na internet. Dessas nove, três são exclusivamente para as redes sociais. E com a pandemia, as redes sociais e o mercado de trabalho estão cada vez mais próximos.

Mas, até que ponto esses dois campos podem e devem ser misturados? Como medir os impactos positivos e negativos dessa mistura?

Imagem profissional e redes sociais foi o assunto do programa Talento em Foco, transmitido pela Rádio Uninter no dia 2.ago.2021. A conversa foi mediada pela apresentadora Barbara Carvalho e contou com as presenças do jornalista Evandro Tosin e da mentora de capital humano e idealizadora do programa, a professora Erika Lotz.

Um profissional que antes era assegurado no mercado de trabalho por suas competências técnicas, hoje se depara com um novo cenário. O mercado agora exige competências híbridas. “São aquelas que envolvem o teu cognitivo e o teu emocional, como por exemplo a criatividade e a capacidade de pensar criticamente”, esclareceu a professora Erika.

Segunda ela, quando se trata de uma imagem profissional, da imagem que você passa em uma rede social, é importante olhar para três aspectos: aparência, comunicação e comportamento. Deve-se analisar se esses três pontos, quando olhados separadamente, condizem com o seu posicionamento, com o que você prega e transmite para as pessoas no seu dia a dia.

“As nossas postagens passam pelo filtro de uma escolha. E as nossas escolhas passam pelo crivo dos nossos valores”, comenta a mentora, enfatizando que, embora as redes sociais sejam vistas como uma forma de compartilhar tudo o que se pensa, é importante lembrar que nem sempre o que você pode, você deve fazer.

Um exemplo de como os valores devem ser empregados é a superexposição, situação em que um indivíduo pode acabar preenchendo muito espaço com conteúdos irrelevantes, apenas para marcar presença. Isso, segundo a professora, “pode causar um desgaste muito grande na imagem. Às vezes ela comunica exatamente o contrário daquilo que é verdadeiro”.

Olhando pelo ponto de vista de um gestor, ao analisar a rede social de um candidato, você contrataria uma pessoa que demonstra intolerância a pensamentos opostos aos dela? Ou que manifesta uma agressividade desnecessária, que poderia vir a surgir no ambiente de trabalho? A questão aqui é que “tudo reverbera”, explica Erika. A forma como você age ao postar algo ou se opor a algo nas redes sociais diz muito sobre a qualidade dos recursos que pode oferecer.

O dia a dia nas organizações já é muito marcado por pressões, metas, dificuldades do meio laboral que vão sendo trabalhadas. Então, se ao não saber lidar com um hater ou com um posicionamento contrário ao seu você demonstra irritabilidade descontrolada, é natural que alguém que esteja analisando seu perfil não se sinta confortável em levá-lo para dentro da empresa. Erika enfatiza que: “Tudo tem uma consequência. Você deve se perguntar: qual é o meu propósito?”.

Com a imensa gama de redes sociais que existem, ficou mais fácil dosar e até mesmo arranjar algum respiro entre o profissional e o pessoal. Basta procurar utilizá-las de forma correta. Por exemplo, muitas empresas buscam seus profissionais pelo LinkedIn. No entanto, precisa haver uma certa coerência entre suas redes sociais, já que de nada adianta passar uma imagem profissional em uma, mas passar uma imagem contrária em outra. Antes de publicar algo, procure pensar: de que forma isso vai refletir em outras áreas da minha vida?

Erika ainda relembrou ao final de sua fala que não é o compartilhar, é de que forma e com qual intensão isso será feito. “O equilíbrio é o fator chave e o bom senso é aquele ‘pretinho básico’ no qual a gente fica bem em qualquer festa para que formos convidados (depois que passar a pandemia)”, concluiu a professora.

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Autor: Daniela Mascarenhos - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Freepik