Em meio a conflito, júri absolve Bonitão pela morte de Zé do Burro
Diante de advogados, defensores, acusadores e dos próprios pais, os alunos colocaram o “Bonitão” no banco dos réus acusado de matar Zé do Burro para poder se aproveitar de sua esposa Rosa. Mas após tantas acusações, o “Bonitão” foi absolvido pelo juiz em meio a um conflito generalizado no tribunal.
Assim foi o 13° Júri Simulado Literário do curso de direito da Uninter na noite de quarta-feira (16) no campus Garcez, em Curitiba. O simulado foi baseado na obra “O Pagador de Promessas”, da década de 1960, escrito por Dias Gomes. O auditório lotou e a entrada foi aberta ao público.
O júri simulado acontece todo o ano com intuito de aproximar os alunos de uma realidade baseada na prática. Os acadêmicos do primeiro período da manhã e da noite planejam a atividade baseada na obra durante todo o semestre, com apoio da professora Margarete Terezinha de Andrade, professora da língua portuguesa da Uninter.
Margarete é quem organiza os júris simulados e se sente orgulhosa de poder ajudar os alunos calouros a se comportar diante do público. “Eles praticam e desenvolvem a leitura através da interpretação crítica da obra com argumentos jurídicos. Mesmo não passando por todas as matérias ainda, tiveram o apoio de todos os professores”, diz Margarete.
Marcelia Silva, aluna do terceiro período da manhã, que já participou da edição passada do júri simulado, explica que foi muito importante a simulação para praticar a oratória e a forma de interpretar o caso. “Consegui ampliar meu conceito na área e praticar como se fosse real”.
O juiz, Gerson Maciel de Melo, aluno do segundo período da noite, também participou da edição passada como defesa e reforça a importância de participar dos simulados. “É uma aula diferente para nós que estamos no início do curso. Gostei muito”, explica o aluno.
A obra
A história da década de 1960 tem como protagonista o Zé do Burro, um senhor apaixonado por seu animal de estimação que acabara de se machucar com um galho de uma árvore. Zé pede que Santa Bárbara cure seu burro, mas sem sucesso, Zé leva o animal em um terreiro de candomblé onde a santa se chamava Iansã.
Seu Zé e dona Rosa, sua esposa, caminham do sertão baiano a Salvador para pagar a promessa. Ao chegar, param em frente à igreja dedicada a santa, mas um tal de “Bonitão” aparece e seduz Rosa, que facilmente foi encantada pelo rapaz. A ingenuidade de Zé foi tão grande que é impedido de entrar na igreja pelo padre, após ter falado que sua promessa foi feita em um terreiro de candomblé. A mídia, sensacionalista, distorceu o caso que havia acontecido com o ingênuo na noite passada.
Revoltado com Bonitão, Zé demostra o ódio que sentirá pelo homem que queria aproveitar de sua esposa. Bonitão, não satisfeito, pensou em se livrar de Zé para aproveitar de sua esposa. Então, o homem convence o policial distorcer as informações no jornal.
Revoltado de não poder pagar por sua promessa dentro da igreja com sua cruz que trouxe por quilômetros em suas costas, Zé força sua entrada na igreja quando então é assassinado por alguém não identificado.
Autor: Gabriel Bukalowski – Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Gabriel Bukalowski