Egressos de Ciência Política se destacam em mestrado de federais
Autor: Julia Siqueira - Estagiária de JornalismoNo início de setembro deste ano, o Uninter Notícias publicou um levantamento do número de projetos de pesquisa em andamento na Uninter. Em sete anos, a quantidade de projetos quadruplicou e em 2019 já são mais de 780 alunos voluntários e bolsistas pesquisadores dentro da instituição. Mas o que esses números representam na prática?
Além de demonstrar o grande apreço que a Uninter tem pela iniciação científica, os resultados da pesquisa podem indicar o incentivo que os alunos da graduação recebem para seguir a carreira acadêmica.
Os egressos de Ciência Política Maiane Bittencourt e Vinícius do Nascimento são exemplos que se enquadram dentro das estatísticas. Durante a graduação, ambos participaram do PIC-CiPol (Projeto de Iniciação Científica em Ciência Política) e do NuPP-CiPol (Núcleo de Pesquisa e Prática em Ciência Política), e hoje são estudantes do mestrado em universidades federais.
Maiane Aldlin Bittencourt, de 21 anos, sempre gostou de política ─ a princípio, do desenvolvimento da política ao longo da história. E foi por isso que, durante a sua fase de vestibular, tentou ingressar no curso de história na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
“Tentei o vestibular e não passei na Federal, e aí descobri a ciência política através de um bannerzinho, naqueles postos de terminais, quando você vai no tubo [estações-tubo de ônibus em Curitiba]”. A cientista conta que, na época, não fazia ideia do que era a ciência política e que quando conheceu mais sobre a área, percebeu que o que realmente queria estudar não estava dentro da graduação em história.
Logo no início do curso, Maiane se envolveu com a pesquisa científica e percebeu a oportunidade de expandir seus conhecimentos e dedicar-se por completo aos estudos. “Na Uninter, eles oferecem bolsa de 100% para iniciação científica. Na época, eu via que queria muito estudar, mas trabalhava o dia inteiro, então não consegui estudar. Não conseguia mal ler os textos da matéria. Com a iniciação científica, eu conseguiria estudar as matérias e, mais, conseguiria aprender e ver novos campos”, ela explica.
Com o tempo, a mestranda foi se interessando ainda mais pela iniciação científica até que, em 2017, concluiu que atuar como pesquisadora no mercado era o que realmente gostaria de fazer. A epifania veio logo após apresentar dois seminários: um na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná e outro em Brasília, no Centro de Formação da Câmara dos Deputados. Maiane conta que foi a partir desses eventos que ela percebeu que escrever, debater ideias e pesquisar era mais o seu perfil.
Para Vinícius Ricardo do Nascimento, de 29 anos, as coisas aconteceram de uma forma diferente. Já graduado como tecnólogo em fabricação mecânica pela Faculdade de Tecnologia de Sorocaba (FATEC), Vinícius iniciou a segunda graduação na modalidade de educação a distância (EAD), visando a pesquisa acadêmica.
“Exatas nunca foi a minha praia, mas quando me formei no ensino médio não existia opções de faculdades públicas de humanas em Sorocaba e eu não tinha condições de me manter fora da cidade. Quando me formei em mecânica pela FATEC, decidi que faria uma faculdade que eu realmente gostasse, mas não estava disposto a encarar outro curso presencial. Foi assim que surgiu a Uninter e o curso de Ciência Política”, conta.
Assim como Maiane, Vinícius sempre gostou muito de ler e escrever sobre a área e não demorou para que tivesse contato com o PIC-CiPol e o NuPP-CiPol. Ele relembra que as experiências que teve com os projetos de pesquisa durante a faculdade reforçaram ainda mais seu desejo de atuar como docente e/ou pesquisador.
“Você vê uma questão além do curso. Então você acaba tendo um envolvimento maior com as pessoas, mesmo sendo a distância. Você acaba conhecendo alguns alunos que estão fazendo o curso simultaneamente e conhecendo os professores”, explica.
Maiane e Vinícius fizeram parte de projetos de pesquisa sob orientação da professora e coordenadora do NuPP-CiPol, Audren Azolin, e se formaram na metade de 2018. Ambos afirmam que participar dos projetos de iniciação científica foi fundamental para que se sentissem motivados em prosseguir com a carreira acadêmica.
Hoje, Vinícius cursa mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), atua como professor na rede pública de ensino de São Paulo e se dedica à sua terceira graduação. Já Maiane é mestranda na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e voluntária na Cáritas Brasileira, entidade de promoção dos direitos humanos, da segurança alimentar e do desenvolvimento sustentável solidário.
O dois se destacaram no processo seletivo do mestrado, que é composto por quatro etapas, sendo elas: envio de um pré-projeto, avaliação escrita, arguição do projeto e análise curricular. Maiane se classificou em primeiro lugar na seleção para o Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFPR, e Vinícius conquistou a única nota máxima na prova escrita do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSCar.
Os dois concordam que dar continuidade aos estudos é muito importante. Vinícius destaca que esta não é uma particularidade da área de ciência política, mas que para ele há fortes motivos pessoais. “A continuidade dos estudos é importante para qualquer área em uma sociedade capitalista globalizada contemporânea. Mas, além dessas questões evidentes de busca por um lugar ao sol diante da mercantilização da vida humana, no meu caso o motivo principal da continuação se dá por fazer algo que eu realmente gosto e assim obter, como consequência, melhores oportunidades”, conclui.
Autor: Julia Siqueira - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Julia Siqueira e Arquivo pessoal