Edifício Garcez ganha as telas com lápis e nanquim
Autor: Barbara Carvalho - JornalistaDiversas ruas de Curitiba hospedam obras arquitetônicas dignas de serem contempladas e eternizadas. Porém, com a correria do dia a dia, é normal que as pessoas não observem tamanha beleza aos seus arredores e passem despercebidas por essas construções. O calçadão da Rua XV de Novembro, por exemplo, recebe diariamente cerca de 100 mil pessoas que não percebem a beleza local, e foi em meio a esse turbilhão de movimento que aconteceu no sábado, 29 de abril de 2023, mais uma edição do Urban Sketchers Curitiba. Desta vez, o grupo teve como inspiração o Edifício Moreira Garcez, um dos campi da Uninter.
“A gente vai descobrindo que não conhece a cidade, e esse movimento que estamos fazendo aqui agora, de parar durante duas horas em um lugar e olhar os seus habitantes, olhar a sombra que o sol vai fazendo, é uma experiência magnífica. Acredito também que é um pouco mais profundo, porque ela [Urban Sketchers] vai também contra toda essa velocidade desesperada que estamos vivendo e a tecnologia. É um momento para arejar a cabeça”, esclarece Simon Taylor, designer gráfico e um dos coordenadores do Urban Sketchers Curitiba.
O Urban Sketchers é um movimento global incorporado por desenhistas dedicados a dispor seu tempo a ilustrar e colocar em prática o desenho local. O grupo teve início em 2007 com o jornalista e ilustrador Gabriel Campanario e desde então recebe desenhistas do mundo todo com o lema “Ver o mundo, um desenho de cada vez”.
O evento especial contou com a participação de, além de desenhistas que já participam da comunidade, professores e alunos dos cursos da Uninter de Artes, Arquitetura, Design e Engenharias do centro universitário. “É uma ponte entre a instituição de ensino superior e a comunidade. A gente traz a pesquisa e tudo que vem desenvolvendo dentro do campo da linguagem do desenho das artes para a rua, para ficar próximo da sociedade”, relata André Luiz dos Santos, professor do curso de Artes Visuais.
Ações como esta buscam, além de aprimorar o traço de quem participa do projeto, posicionar os alunos quanto às experiências práticas, como também fazer uma ponte com a comunidade e levar experiências artísticas por meio de exposição das obras finalizadas. Marcos Ruiz da Silva, coordenador de cursos da Escola Superior de Educação, ainda salienta que a intenção é expandir o projeto para além de Curitiba.
“A ideia é de, no segundo semestre deste ano, realizarmos um movimento nacional, porque temos alunos nos polos do Brasil inteiro, e o Urban Sketchers é um movimento que tem no país todo. Pensamos em agendar uma determinada data e, nesse dia, cada polo em sua cidade escolhe um edifício icônico, onde um grupo de alunos possa fazer a mesma experiência que houve aqui hoje”, finaliza.
O Edifício Garcez, que já foi considerado o terceiro edifício mais alto do Brasil, foi construído entre os anos de 1924 e 1934. O primeiro arranha-céus de Curitiba foi construído pelo engenheiro e ex-prefeito de Curitiba João Cid Moreira Garcez. Considerado à frente do seu tempo devido a suas formas e inspirações no movimento Art Déco, recebe professores e alunos da Uninter diariamente desde 2003, quando passou a ser administrado pelo grupo educacional.
Autor: Barbara Carvalho - JornalistaEdição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: Barbara Carvalho - Jornalista