QUALIFICAÇÃO

Doutorado desvenda articulações dos movimentos LGBT e Feminismo no Facebook

As discussões sobre gêneros e sexualidade estão cada vez mais em pauta, principalmente nas redes sociais. Pensando nisso, a professora do curso de Jornalismo da Uninter Maira Nunes decidiu analisar em sua tese de doutorado a articulação dos movimentos sociais “God Save the Queer: mobilização e resistência antimainstream no Facebook”.

Formada em História, Maira nunca tinha tido contato teórico com a área de comunicação antes de iniciar as aulas na Uninter e a partir de um projeto de iniciação científica, financiado pela instituição e desenvolvido com os alunos voluntários e bolsistas, ela começou a se envolver mais. E então resolveu continuar e fazer o doutorado em Comunicação Social.

“Fiz o doutorado na Universidade Tuiuti do Paraná, no programa de comunicação e linguagens na linha de práticas comunicacionais. Lá, estudei diversas disciplinas, como História da Comunicação, Teoria da Comunicação, Comunicação e Tecnologia, Cibercultura, Estética da Comunicação, e isso foi muito importante para mim, para conseguir relacionar os meus conhecimentos de História com meus conhecimentos de Comunicação Social”, conta a professora.

Maira observou os movimentos sociais de 2011 a 2013. Ela conta que quando entrou no doutorado tinha uma ideia, mas que em um momento histórico no Brasil, em junho de 2013, teve de adaptar completamente a sua proposta, pois houve uma mudança no cenário político do país e na atuação dos movimentos sociais. Então, partiu de uma perspectiva feminista, analisando o movimento LGBT e o feminismo.

E, por fim, fez uma análise do movimento “Marcha das vadias” de Curitiba, como ele se formou, como a plataforma interferiu no processo de criação e na divulgação do movimento. “Meu objeto, meu corpus [do trabalho], foi essa análise das postagens de algumas pessoas que participaram da organização da marcha nesses anos, e como elas perceberam e demonstraram essas mudanças nos debates, e na plataforma”, relata a professora-doutora.

Ela apresentou o doutorado em setembro do ano passado, e observou o quanto os estudos de gênero e sexualidade são iniciais na Comunicação Social, e que o campo está bem defasado em relação aos estudos produzidos em outras áreas, como a Sociologia e a Educação, tanto que a pesquisa dela foi a primeira a ser feita dessa forma.

Maira levantou muitos dados, que agora utiliza para apresentar aos seus alunos durante as aulas, e também para falar sobre as mudanças produzidas nos algoritmos do Facebook, timeline, formas de visualização e filtros de conteúdo, e como isso gera as chamadas “bolhas”, que reduzem a circulação de informações e limitam a diversidade de conteúdo.

“Nas disciplinas que estou dando esse ano, consigo trazer dados concretos, consolidados. Antes era só impressão, mas agora não. Nesse sentido, a pesquisa é fundamental para a nossa formação e também para o trabalho docente porque permite atualização, ampliação do conhecimento, novas dúvidas, pois quando estamos com muita certeza, muito sentada em cima do conhecimento, a gente acaba limitando um pouco o trabalho. Estamos com currículo novo, uma nova dinâmica de sala, então a pesquisa ajuda a pensar o Jornalismo, a comunicação e a publicidade de outras maneiras”, conclui.

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Autor: Caroline Paulino – Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Gabriel Bukalowski - Estagiário de Jornalismo

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