Diversidade racial no mundo corporativo

Autor: Carla Patricia da Silva Souza (*)

A diversidade racial nas organizações brasileiras ainda reflete uma lacuna significativa entre a demografia do país e a composição dos quadros corporativos, especialmente em cargos de liderança. De acordo com uma pesquisa do Instituto Ethos, pessoas negras ocupam apenas 4,7% dos cargos de liderança nas 500 maiores empresas do país.  

Conforme o Censo 2022, realizado pelo IBGE, a composição étnico-racial do Brasil é bastante diversa. Pela primeira vez desde 1991, a maioria da população se identifica como parda, representando 45,3% do total. Aqueles que se declaram brancos compõem 43,5%, enquanto 10,2% se identificam como pretos, 0,6% como indígenas e 0,4% como amarelos. Mesmo diante desta realidade, um estudo sobre Diversidade, Equidade e Inclusão nas Organizações mostra que apenas 33% das empresas possuem representatividade racial em posições de liderança, um número que destaca não apenas desigualdades, mas também as oportunidades perdidas em inovação e desenvolvimento social. 

Em resposta a esse cenário, diversas iniciativas têm surgido para promover a inclusão racial no ambiente de trabalho. Programas de trainee específicos para profissionais negros, por exemplo, têm sido implementados com o objetivo de equilibrar as oportunidades de acesso a posições estratégicas nas empresas. Essas ações são essenciais, pois além de fomentarem um ambiente mais inclusivo, preparam o terreno para uma liderança corporativa mais diversa e representativa. 

Com a Resolução n° 59 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), empresas listadas na B3 desde 2022 são obrigadas a divulgar informações detalhadas sobre a diversidade de seus colaboradores e altos executivos. Essa medida visa aumentar a transparência e estimular a inclusão nos níveis de liderança. 

Para além dos cargos de liderança, há algumas iniciativas que podem proporcionar uma maior diversidade racial nas organizações. A implementação e a comunicação de metas para inclusão racial, a criação de comitês de diversidade são algumas medidas que têm ganhado espaço.  

Um grande parceiro na missão da diversidade racial é a área de gestão de pessoas, ou até mesmo uma área especializada em diversidade, que tem se tornado tendência em grandes organizações. Essa(s) áreas tem como papel o acompanhamento da implantação das políticas de diversidade, garantindo a sua efetividade. 

Estes esforços não apenas promovem um ambiente de trabalho mais justo, mas também potencializam o compromisso das organizações com a equidade. Portanto, faz-se necessária a adoção de uma postura proativa em relação à diversidade racial. Isso implica não apenas em reconhecer as barreiras existentes, mas também em trabalhar ativamente para eliminá-las. O desafio é grande, mas o potencial de transformação para a sociedade é imensurável.  

Quer saber mais sobre o tema? Assista ao nosso videocast ‘Vai dar boa Uninter’ no dia 25/09, às 15h, horário de Brasília. Acesse o canal do YouTube @Pessoas e Serviços UNINTER e inscreva-se para não perder! 

* Carla Patricia da Silva Souza, Doutora em Administração, Professora, Pesquisadora e Coordenadora de Curso de Graduação, Host do Vai Dar Boa – Videocast dos Cursos de Gestão de Recursos Humanos, Coaching e Desenvolvimento Humano, Secretariado, Gestão de Turismo e Negócios Imobiliários no Centro Universitário Internacional UNINTER. 

 

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Autor: Carla Patricia da Silva Souza (*)
Créditos do Fotógrafo: Pexels


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