Desvendando o ecossistema das startups: como alcançar o scale up

Autor: Armando Kolbe Junior*

Nos últimos 15 anos, a palavra de origem inglesa startup ganhou destaque, e isso tem ocasionado confusão com scale up, pois, nesse mesmo período, marcas famosas cresceram acima da média, como Airbnb, Nubank, Uber e iFood – todas startups que se tornaram exemplos de scale up em seus segmentos.

Outro fator que corrobora na confusão dos termos é o tipo de modelo de negócio que leva ao scale up: escalável, replicável, que não tenha dificuldades, nem custos altos, e atue com grande volume. Características comumente já utilizadas pelas startups.

Qual empreendedor não gostaria de ter um lucro superior a 20 milhões de dólares em uma scale up? Pois, para alcançar esse objetivo, o negócio precisa passar por algumas fases de crescimento. No início de uma startup, sua equipe é multifuncional, versando em diversas áreas de negócio com o objetivo de manter a estrutura enxuta e escalável. Para crescer rumo à fase scale up, a startup deve ampliar, gradualmente, seu quadro funcional com mão-de-obra especializada, bem como organizar setores e processos de forma mais definida e estratégica.

Alguns quesitos também devem ser levados em conta. É necessário analisar se o negócio tem um modelo de fato escalável e se aumentar a estrutura de custos acompanha uma ampliação do faturamento. Além disso, o capital utilizado nos investimentos deve constar em um orçamento que enalteça o plano de expansão. Nos casos em que o negócio não tem capital próprio, terceiros devem ser buscados para financiamento ou investimento.

Tendo essas etapas finalizadas os próximos passos são de mão na massa e começam com a ideação, fase para conceber a ideia, realizar estudos de mercado e buscar o público-alvo. Além disso, trabalha-se os detalhes do produto e outras informações para criação do Produto Mínimo Viável (PVM – mais chamado de MVP, na sigla em inglês). Ele será a versão mais simples de um produto ou serviço e que exige quantidade mínima de esforço e desenvolvimento.

Em seguida vem a fase da operação, onde o MVP é colocado à prova. É preciso verificar a reação do público-alvo para realizar os ajustes necessários (market fit). Nesse momento, a startup pode participar de rodadas de investimentos, programas de aceleração e buscar um hub de inovação.

Na sequência, temos a etapa da tração, em que, provavelmente, a startup está mais madura e já pode fazer melhorias no MVP com foco no crescimento sustentável. É aqui que ela pode, inclusive, abrir o capital, realizar lucro dos investidores e fundos Venture Capital.

Parece ser um objetivo difícil de ser alcançado, entretanto é perfeitamente possível. Como em todos os processos, para se tornar uma scale up é necessário dispensar muitos esforços, e tentar garantir que os erros e aprendizados de cada etapa sejam internalizados por todos da organização. Uma das premissas em um mundo onde a inovação ocorre de forma muito acelerada é errar rápido para aprender mais rápido ainda.

* Armando Kolbe Junior é coordenador do curso de Gestão de Startups e Empreendedorismo Digital na Uninter.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Armando Kolbe Junior*
Créditos do Fotógrafo: Gerd Altmann/Pixabay


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *