Desastres naturais ou humanos?
Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de JornalismoDesastres naturais, como enchentes, tufões e terremotos, são manifestações do poder destrutivo das forças da natureza. Muitas vezes imprevisíveis, causam grave perturbação aos locais que atingem. Além dos danos materiais, também podem causar perdas humanas.
A relação entre recursos hídricos e os desastres naturais foi um dos temas abordados durante a Supermaratona Uninter “Terra – planeta água”, que promoveu uma série de palestras ocorridas entre 18 e 19 de março e debateu assuntos de grande relevância para a saúde do nosso planeta. Denise Ferreira Gomide Batista, especialista da área de enfermagem, e Laurence Silva, tenente do Corpo de Bombeiros de MG, falaram sobre tragédias envolvendo barragens, ocorridos nos últimos anos no Brasil.
Segundo Denise, os desastres naturais são gerados por quatro fatores: a ocorrência de uma ameaça natural, uma população exposta, condições de vulnerabilidade social e ambiental dessa população, e capacidades ou medidas insuficientes para reduzir os potenciais riscos e danos dos eventos.
Ainda que sejam chamados de “naturais”, os desastres podem ser agravados, ou mesmo causados, pela ação do ser humano, já que os processos de urbanização e industrialização afetam o equilíbrio ecológico do planeta.
O mal gerenciamento das bacias hidrográficas e barragens de rejeitos também colaboram para que populações sejam prejudicadas em acidentes de grande escala. Esse foi o caso das tragédias nas cidades de Mariana (2015) e Brumadinho (2019), ambas em Minas Gerais.
O rompimento da barragem de rejeitos de Mariana provocou a destruição do subdistrito de Bento Rodrigues e a poluição das águas do Rio Doce, comprometendo o abastecimento de diversas cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo. Foram 18 pessoas mortas na ocasião.
No caso do rompimento da barragem em Brumadinho, as perdas humanas foram maiores. Até o momento, são contabilizadas 270 vítimas fatais no incidente que impactou drasticamente o ecossistema da região.
As parcelas mais humildes da população costumam sofrer mais com esse tipo de vento. “Os desastres afetam a população de maneira desigual e diferente”, lembra Denise.
O tenente Laurence falou sobre sua experiência no trabalho de resgate das vítimas de Brumadinho. “Trabalhei durante 14 dias e estive responsável por uma das equipes de busca”, conta o profissional. “Em primeiro momento, as buscas são feitas de modo superficial, tentando verificar se há sobreviventes visíveis na área, ou corpos. Na segunda fase, é feita a utilização de maquinário e o emprego de cães de busca”, explicou o tenente.
Ambos os profissionais alertaram para a responsabilidade do Estado e da sociedade civil para que tragédias como estas jamais se repitam. É possível assistir à transmissão do evento na íntegra pelo link.
Autor: Leonardo Tulio Rodrigues – Estagiário de JornalismoEdição: Larissa Drabeski
Revisão Textual: Jeferson Ferro