Desafio de conter a evasão acadêmica deve ser compartilhado
Talita Santos – Estagiária de Jornalismo
O ingresso no ensino superior está cada vez mais fácil, mas nem todos conseguem chegar ao final e alcançar o sonho de se formar. Muitos ficam pelo caminho. Isso ocorre por vários motivos: falta de condições financeiras, fatores psicológicos, qualidade do curso e as dificuldades de aprendizagem enfrentadas durante o ensino básico que se estendem por toda a vida universitária. Seja qual for o motivo, a evasão acadêmica não é um assunto recente.
Ao analisar a trajetória dos alunos entre 2010 e 2014, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação, identificou um crescimento na taxa de desistência do curso de ingresso. A taxa de alunos que abandonaram o curso para o qual foram admitidos saltou de 11,4%, em 2010, para 49%, em 2014 (leia mais sobre isso aqui).
O desafio de conter a evasão acadêmica deve ser compartilhado, depende tanto da instituição quanto do próprio aluno. Ambos precisam estar comprometidos com essa meta. “Por exemplo, se o curso é de quatro anos, o objetivo das estratégias curriculares de garantir o sucesso acadêmico do aluno é de que ele se forme em quatro anos”, simplifica Álvaro Martins Fernandes Junior.
Álvaro é bacharel em Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda, mestre em Gestão do Conhecimento nas Organizações. Agora, ele estuda em sua tese de doutorado em Educação as causas da evasão no ensino superior. “Ainda há muito o que ser refutado e conjecturado, mas ao final dessa tese quero ter uma solução em mãos”, diz Álvaro. Ele tratou do tema durante a Jornada Acadêmica do Centro Universitário Internacional Uninter, no início de fevereiro.
Segundo Álvaro, as causas de desistência no ensino superior poderiam diminuir com algumas ideias relativamente simples, como a realização de acordos financeiros entre a instituição e o aluno. Para ele, também é importante focar na qualidade do ensino. “As instituições de ensino têm que trabalhar para garantir o sucesso acadêmico do seu aluno ao invés de pensar em estratégias de ‘combate à evasão’ ou retenção”, explica.
Edição: Mauri König