Desafio da alimentação sustentável movimenta estudantes em São Miguel do Oeste

Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo

Aliar a teoria com a prática é um dos pilares do ensino ofertado pela Uninter, seja na modalidade presencial ou na de educação a distância. No polo de São Miguel do Oeste (SC), os estudantes dos cursos de Pedagogia, Psicopedagogia e Educação Especial realizam atividades de portfólio em cada fase dos módulos estudados.

“É uma metodologia de estudo que apresenta as etapas de pesquisa, prática, produção, e traz temas importantes para o contexto atual, desenvolvendo algumas habilidades”, explica a coordenadora do polo, Geanete Maldaner.

No último mês, entre os dias 23 e 27 de agosto, a temática tratada foi Alimentação, Ciência, Tecnologia e Sustentabilidade. Cerca de 50 acadêmicos foram desafiados a criar e desenvolver uma receita culinária, com o intuito de mostrar como é possível aproveitar e reaproveitar integralmente cada parte dos alimentos.

“O momento foi de socialização dos conhecimentos adquiridos durante todo o processo. A Uninter preza por uma EAD de qualidade e nós honramos esse compromisso”, salienta Geanete.

As apresentações foram realizadas em turmas separadas pelos dias da semana, junto ao retorno das atividades presenciais com os estudantes, que não aconteciam desde março de 2020, devido à pandemia de Covid-19.

A tutora Cristiane Vizentin explica que, muitas vezes, se confunde a alimentação saudável com a sustentável. Apesar de complementares, os dois termos não significam a mesma coisa. A sustentabilidade, neste caso, diz respeito ao uso de todo o alimento, com casca e talos, por exemplo, para evitar o desperdício.

“A semana de apresentação é sempre muito rica, o conhecimento, as experiências compartilhadas, a busca pelo novo, é isso que ofertamos para os nossos acadêmicos no polo, um atendimento humanizado. As acadêmicas se envolvem, participam e se planejam. Tudo que envolve alimento fica mais gostoso e essa temática foi muito rica”, complementa a professora.

Entre as diversas receitas, como brigadeiro de banana, bolo de feijão, farofa de talos e legumes, geleias de mamão e banana, Cristiane conta que o “bolo salgado de beterraba”, foi o que “ganhou os corações” de todos que participaram. “Simples, rápida e saborosa. Mostrou que podemos ter uma alimentação saudável, sustentável, rica em vitaminas, cálcio e fósforo, sabendo utilizar o alimento por completo”, afirma.

A receita destaque é uma produção da estudante de Pedagogia e Psicopedagogia Silmara Lanza. A acadêmica quis algo inovador, alternativo, econômico e o mais saudável possível. Para isso, juntou os conhecimentos básicos da cozinha com aqueles que adquiriu durante o processo de pesquisa das graduações. Assim, surgiu a ideia de utilizar a beterraba.

Silmara explica que é uma planta de fácil cultivo na região, além de ser um alimento rico em licopeno, carotenoides, vitaminas B1, B2, B3, C, cálcio e fósforo.  A estudante diz que auxiliam em várias funções no organismo, inclusive na prevenção do câncer de próstata. Tem baixo valor calórico e é rica em proteínas, contém fibras que auxiliam na digestão e contribuem para a saciedade. Normalmente não são consumidas as folhas e cascas da beterraba, o que gera um grande desperdício.

“O processo de produção foi uma experiência incrível e de grande aprendizado. Primeiramente escrevi o que eu achava ser necessário para a receita e em seguida fui testa-la. Como eu estava buscando um alimento mais saudável, optei por utilizar farinha de aveia no lugar da farinha de trigo. O bolo ficou saboroso, porém como queria que a receita pudesse ser feita por todos fui testando diferentes possibilidades e fiz com farinha de trigo e com diferentes recheios, todos deram certos. Ao todo fiz quatro receitas e todas foram aprovadas”, conta.

A acadêmica diz que a experiência possibilita ter mais propriedade para falar sobre o assunto, além de maior conhecimento sobre os alimentos. “Testei na prática o que pesquisei e me foi apresentado na teoria. Passei a inserir na minha alimentação parte de plantas não consumidas antes. Foi um grande aprendizado, aprendemos novas receitas e possibilidades de alimentos. Vimos que podemos fazer coisas incríveis, e aprendemos muito sobre os 5R: repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar”, conclui Silmara.

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Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König


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