Dengue e a explosão de casos no Brasil

Autor: Elgison da Luz dos Santos (*)

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e tem sido uma preocupação constante no Brasil. Nos últimos anos, o país tem enfrentado uma verdadeira explosão de casos, com consequências devastadoras para a saúde pública e a qualidade de vida da população.   

Vários fatores têm contribuído para o aumento significativo dos casos. Em primeiro lugar, temos a urbanização desordenada, que resulta no acúmulo de lixo, água parada e falta de saneamento básico adequado. Essas condições criam o ambiente ideal para a proliferação do mosquito transmissor. Além disso, o clima tropical do Brasil proporciona condições favoráveis ao desenvolvimento do Aedes aegypti durante todo o ano. As altas temperaturas e a umidade aumentam a velocidade de reprodução do mosquito, aumentando a transmissão da doença. Outro fator relevante é a falta de conscientização e engajamento da população, pois é essencial que as pessoas adotem medidas preventivas para evitar a reprodução do mosquito e reduzir os riscos de contaminação, como eliminar recipientes com água parada, utilizar repelentes e telas nas janelas. 

Importante destacar que as consequências da explosão de casos de dengue no Brasil são alarmantes e impactam negativamente diversos aspectos da sociedade. Primeiramente, a doença sobrecarrega o sistema de saúde, aumentando a demanda por leitos hospitalares e atendimentos de profissionais de saúde, o que compromete a capacidade de atendimento e qualidade dos serviços de saúde, afetando não apenas os pacientes de dengue, mas também das pessoas que necessitam de assistência médica por outros motivos. Além disso, a dengue causa um grande impacto econômico, visto que a doença leva ao afastamento de trabalhadores, gerando redução na produtividade e prejuízos para as empresas. Os gastos com tratamentos médicos e campanhas de combate ao mosquito também representam um ônus significativo para os cofres públicos, o que pode minimizar os investimentos em outros programas de saúde já que os recursos para a saúde são limitados.   

A dengue também tem impacto direto na qualidade de vida da população. Os sintomas da doença, como febre alta, dores musculares e cansaço extremo, podem ser debilitantes e afetar a capacidade das pessoas de desempenharem suas atividades diárias. Além disso, casos mais graves podem levar à hospitalização e até mesmo ao óbito.  

Diante disso, é fundamental que haja abordagens abrangentes e integradas para que todos busquem combater efetivamente a dengue. Algumas medidas essenciais incluem: 

 – Investimento em saneamento básico e infraestrutura adequada, visando eliminar locais propícios à reprodução do mosquito;  

– Fortalecimento das ações de controle vetorial, como a aplicação de larvicidas e inseticidas;  

– Educação e conscientização da população sobre a importância de medidas preventivas, como a eliminação de criadouros do mosquito;  

– Melhoria na capacidade de diagnóstico e tratamento da doença, com investimentos em equipamentos e treinamento de profissionais de saúde. 

-Ações de mobilização social e parcerias entre governo, sociedade civil e setor privado para enfrentar o problema de forma conjunta.  

Em síntese, a explosão de casos de dengue no Brasil representa uma grave ameaça à saúde pública e exige ação imediata e coordenada, visto que as consequências trazem impactos negativos no sistema de saúde, na economia e na qualidade de vida das pessoas. É imprescindível que sejam implementadas medidas efetivas e sustentáveis para o combate à dengue, envolvendo ações preventivas, investimentos em infraestrutura e engajamento da sociedade como um todo. Somente assim, poderemos reverter essa situação preocupante e garantir um futuro mais saudável para todos os brasileiros. 

*Elgison da Luz dos Santos é graduado em Fisioterapia com mestrado em Engenharia Biomédica e doutorado em Tecnologia em Saúde. É professor da Escola Superior de Saúde Única da Uninter. 

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Autor: Elgison da Luz dos Santos (*)
Créditos do Fotógrafo: Genilton Vieira – IOC/Fiocruz


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