Dark Stores: uma tendência no e-commerce

Autor: Luciano Furtado C. Francisco*

No contexto da covid-19, o comércio eletrônico expandiu muito mais que o previsto. Esse crescimento era esperado, porém para daqui a algum tempo, mas, devido à pandemia, foi adiantado. Segundo estudo da empresa Neotrust, o e-commerce brasileiro cresceu 26,9% em 2021, em relação a 2020. Em outra pesquisa, do The Global Payments Report, de 2022, aponta que, até 2025, o comércio eletrônico mundial deverá crescer acima de 55%, o que significa cerca de US$ 8 trilhões. O mesmo relatório indica que, no Brasil, o comércio eletrônico crescerá cerca de 95% até 2025, alcançando US$ 79 bilhões em transações.

Como consequência, as operações logísticas no e-commerce tiveram incrível crescimento e surgimento de novas práticas, de modo a acompanhar o aumento exponencial das vendas. Uma das principais inovações nesse sentido foram as dark stores, um conceito para logística e uma tendência que também deve crescer nos próximos anos.

Essa tendência encontra respaldo em alguns números. Pesquisa do site Reclame Aqui, de 2020, mostra que 51,2% dos consumidores aceitariam pagar mais por um produto, desde que tivessem uma boa experiência de compra.

E o que é “boa experiência de compra no e-commerce”? Muitos fatores compõem essa boa experiência, desde a pesquisa do produto, passando pelo processo de compra em si, até logística e pós-venda. E como a logística também faz parte das boas experiências, as dark stores vêm crescendo.

O que significa dark store

Em português, a dark store significa literalmente “loja escura”. É um conceito. Trata-se de um minicentro de distribuição de produtos vendidos no e-commerce. Por serem pequenos, podem ficar dentro das áreas urbanas. O tamanho é a principal diferença entre eles e os centros de distribuição (CD) convencionais, de grande capacidade e localizados em regiões mais afastadas. Não é exatamente um modelo novo, mas ganhou impulso durante a pandemia.

As dark stores fazem praticamente tudo que um CD comum faz: recebimento de pedidos, estocagem, embalagens, coleta e separação de produtos, geração de documentos fiscais e de transporte, além do despacho até o comprador.

Por isso podemos considerar as dark stores como uma estratégia de logística. Uma vez que são localizadas mais perto dos clientes, a entrega costuma ser mais rápida. Além disso, elas fortalecem as redes locais, pois estão normalmente localizadas em regiões de grande circulação.

Impactos nas entregas

O impacto das dark stores nas entregas é considerável. Uma das razões para isso é que as dark stores podem atuar – em outros países onde a prática já é mais consolidada – como um tipo de micro-fulfillment (fulfillment é a estratégia de terceirizar toda a parte logística da loja virtual). Com isso, os vendedores podem economizar nos custos das entregas, consequentemente aumentando suas margens de lucros, ganhando maior competitividade.

Outro benefício está na otimização do armazenamento. O lojista pode trabalhar com mais de uma dark store, armazenando em cada uma os produtos mais comprados por clientes daquela região. Reduz tempo de entrega e custos.

Para os clientes, a redução nos prazos e custos de frete é significativa, sendo um grande apelo de compra. Os lojistas também podem usar as dark stores para servirem de pontos de retirada pelo cliente, o que permite eliminar o preço de frete ao comprador. Muitos consumidores gostam da opção de retirar em loja.

E para a sociedade, menos transporte significa menos poluição, no que o meio ambiente agradece.

Assim devemos ver os modelos de dark stores sendo cada vez mais comuns no cenário do comércio eletrônico, devido às suas vantagens. Lojas, clientes e o meio ambiente só têm a ganhar.

* Luciano Furtado C. Francisco é analista de sistemas, administrador e especialista em plataformas de e-commerce. É professor-tutor nos cursos de Logística e Gestão do E-Commerce e Sistemas Logísticos da Uninter.

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Autor: Luciano Furtado C. Francisco*


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