Curso de Direito recebe os calouros de 2022 em evento híbrido

Os novos estudantes de Bacharelado em Direito da Uninter receberam as boas-vindas em um evento transmitido do auditório do Campus Garcez no dia 24 de fevereiro. A aula magna do curso, que pode ser acompanhada presencialmente ou pela internet, apresentou algumas novidades para este ano e fomentou um debate acadêmico sobre a argumentação jurídica na atualidade.

Débora Veneral, diretora da Escola Superior de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança, e Tiemi Saito, coordenadora do curso de Direito EAD, deram as boas-vindas aos futuros advogados, apresentando toda estrutura e diferenciais do curso. A fala de abertura contou com mediação da professora do curso de Direito Bruna Isabelle Simioni Silva.

A palestra ficou por conta do professor Tiago Gagliano Pinto Alberto, que abordou o tema “Teoria da argumentação jurídica: caminhos e avanços para o Direito”. O palestrante é pós-doutor em Direito pela PUC-PR e pela Universidad de León, na Espanha; também é pós-doutor pela PUC-RS em Psicologia Cognitiva, e coordenador da pós-graduação em Teoria da Decisão Judicial na Escola Superior da Magistratura Tocantinense (ESMAT). Como juiz de direito, é titular da 4ª Turma Recursal do Poder Judiciário do Estado do Paraná e membro suplente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná.

Tiago começou contextualizando a relevância do trabalho realizado pelos operadores do direito. “Lidamos com os conflitos humanos, do nascimento ao falecimento das pessoas, gerenciando situações tristes, corriqueiras, alegres, complexas ou não, que podem acontecer com qualquer indivíduo”. Em seguida, apresentou vários exemplos de exercício de poder dos magistrados, apontando alguns casos de digressões causadas por juízo de valor.

Segundo o palestrante, trata-se de casos em que se observa o “viés de confirmação”, situações em que a condição de imparcialidade de justiça é prejudicada por influências externas. “A justiça possui conflitos plurais e complicados, que podem gerar opiniões distintas”, ressaltou.

Segundo ele, a alta rotatividade dos juízes entre comarcas, causada pelas movimentações na carreira, também colabora nas diversidades interpretativas. “O Brasil possui cerca de 18 mil juízes em atuação, se cada um expressar uma decisão diferente para um mesmo caso, o sistema pode vir a colapsar, é necessário primar pela estabilidade do aparelho público, através da racionalidade decisória”, afirma o pós-doutor.

Tiago defende que o direito do século XXI, como uma ciência aberta, pede abordagens diferenciadas do profissional, exigindo conhecimentos em áreas distintas, como psicologia cognitiva e moral, economia comportamental, neurociência, e até medicina. Nesse sentido, estimulou a plateia a pensar no desafio de trilhar um caminho seguro para amenizar as incertezas que decorrem do direito, tomando decisões fora da esfera subjetiva.

A transmissão do evento está disponível no Univirtus e pode ser acessada pelo ícone “Ao Vivo”, na aba “anteriores”.

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