Culpado ou inocente? Júri simulado literário promove vivência em tribunal

Autor: Igor Carvalho Horbach – Estagiário de Jornalismo CNU

O 25º Júri Simulado Literário, promovido pelo curso de Direito da Uninter, possibilita que os estudantes do primeiro ano tenham a experiência prática de um tribunal. Todas as figuras, desde juiz, júri, promotoria, até acusação e defesa, são interpretados pelos próprios alunos que se preparam durante o semestre. O evento aconteceu no campus Garcez, entre os dias 21 e 23 de outubro, para três turmas da graduação, discutindo um enredo clássico da literatura portuguesa, O Mandarim, de Eça de Queiroz. 

Teodoro, um homem de meia idade e servidor público do Ministério do Rei, na China, descobre um livro misterioso de um mandarim com uma riqueza incontável. Para que essa fortuna seja dele, basta apertar uma campainha. Porém, com essa ação, o idoso Ti Chin-fu morrerá. Sem pensar duas vezes, Teodoro executa o plano e agora está sendo julgado pelos alunos do curso de Direito da Uninter.   

A ideia do projeto de extensão surgiu de uma percepção da professora Margarete de Andrade Costa, da falta de referências e leituras de literatura clássica e brasileira por parte dos alunos. “Então, juntamos o que eles mais gostam de fazer no curso, que é o debate”, conta a docente sobre o surgimento. De lá para cá, as edições aconteceram sempre entre os calouros dos primeiros anos, mas com a atuação dos veteranos dos últimos anos nas figuras de juiz e jurados. 

Além disso, os alunos podem compreender suas próprias capacidades profissionais desde o início, ocupando o lugar de protagonistas. “Essa autoafirmação da capacidade profissional individual também é importante, porque eles são alunos do primeiro ano”, salienta a professora. 

“Foi um trabalho complexo, mas muito divertido, e que enriqueceu muito o nosso conhecimento. Às vezes, não temos essa oportunidade e esse tipo de tarefa nos traz para a prática, tanto na parte acadêmica, quanto de falar em público, lidar em grupo, que dentro da carreira de Direito precisamos aprender. Esse é um grande diferencial do curso e eu me senti realizada, nervosa, mas acredito que a gente cumpriu bem a nossa missão”, afirma a estudante Aline Krelling Marinaska, de 39 anos, que atuou como parte da acusação.  

Todo o processo de construção do trabalho apresentado passou pelos estudantes que, divididos em defesa e acusação, montaram os argumentos, para que tentassem convencer o júri a favor ou contra o réu. 

Cada lado do processo (defesa e acusação) recebeu 45 minutos iniciais para apresentarem seus argumentos e provas. Em seguida, mais 45 minutos para replica, até que o júri fosse deliberado.

“Eu apresentei o argumento da arma possível”, relatou o estudante Gabriel Henrique Vieira, de 19 anos. Para defender o personagem, Gabriel argumentou que Teodoro não poderia ter usado a campainha como arma do crime, pois ele estava em sua casa em Portugal, enquanto a morte ocorreu na China. No final, o réu foi absolvido, por quatro votos a três. 

Experiências imersivas como essa proporcionam enriquecimento acadêmico e prático aos alunos do curso. “Essa atividade é importante porque já nos mostram como é a realidade de um júri, como é a face de um jogo, que não é aquilo que nós vemos em filmes […], mas sim como devemos nos portar, nos vestir, a linguagem em um local de extrema importância para nossa carreira”, finaliza Gabriel.  

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Autor: Igor Carvalho Horbach – Estagiário de Jornalismo CNU
Edição: Larissa Drabeski


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