Crianças em atendimento hospitalar não podem parar de estudar
Autor: Evandro Tosin - Assistente multimídiaO profissional de pedagogia hospitalar trabalha com o paradigma da inclusão e busca compreender os impactos da doença no processo de aprendizagem do estudante. A partir disso, deve organizar o tempo e espaço da criança que realiza um tratamento de saúde, esteja ela em ambiente hospitalar ou domiciliar, visto que está impedida de frequentar regularmente a escola.
Atuando em conjunto com médicos, enfermeiros e assistentes sociais para que o processo de aprendizado da criança não seja interrompido durante o tratamento de saúde, este profissional planeja estratégias para potencializar a aprendizagem e segue a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A autonomia do estudante em tratamento médico se encontra limitada, pois a criança pode estar realizando um tratamento de doença crônica (permanente) ou aguda (por um período específico), além estar passando por uma série de processos terapêuticos, medicamentosos, internamentos ou cirurgias.
O coordenador do curso de pós-graduação em Pedagogia Hospitalar da Uninter, Marcos Aurélio Silva Soares, entrevistou Eluane Mirian Santos Sanchez no evento intitulado “Pedagogia Hospitalar – Compromisso e desafios da educação no contexto da saúde”. A conversa, que aconteceu em 10.fev.2021, abordou práticas atuais que envolvem a profissão da pedagogia e foi transmitida no AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem).
Eluane é docente do curso de pós-graduação em Pedagogia Hospitalar e trabalha em um hospital pediátrico em Curitiba desde 2007. Ela é professora da rede municipal de ensino, especialista em educação e saúde para professores do ensino fundamental e médio, além de ter mestrado em ensino das ciências e da saúde. “A pedagogia hospitalar ganhou o seu espaço. Os profissionais buscam de forma criativa, engajada e séria ofertar uma vida estudantil nesse contexto”, diz a professora.
Além de estabelecer uma rotina dinâmica, o pedagogo hospitalar precisa saber lidar com emoções. “A psicologia fala que quando o corpo adoece, seja uma doença física ou mental, todos nós seres humanos passamos por processo de perda de autonomia. A família, não só a criança, entra num ambiente ou contexto de perda e de emoção”, explica Eluane.
O acesso à tecnologia tem sido de grande ajuda nesse processo educacional. As crianças muitas vezes já têm facilidade com o uso de recursos tecnológicos. A docente lembra que é possível realizar atividades por videoconferência ou aplicativos de comunicação em smartphones, e muitas vezes essa foi a forma principal de trabalho pedagógico com as crianças em 2020, por conta da necessidade de distanciamento social. Ainda que esta condição não seja a ideal, o importante é não deixar a criança desassistida, conclui Eluane.
Autor: Evandro Tosin - Assistente multimídiaEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Divulgação/Atendimento Hospital de Clínicas de Curitiba