Consumo solidário: uma nova economia é possível

Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de Jornalismo

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A economia solidária é uma forma de gerir recursos de modo que as desigualdades sociais sejam reduzidas ao longo do tempo. É uma maneira de repensar a ideia de lucro, pois ao invés de uma visão puramente capitalista e competitiva, estimula a cooperação dos participantes da atividade econômica.

No Brasil, de acordo com relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), existem cerca de 20 mil empreendimentos econômicos solidários, distribuídos em mais de 2,7 mil municípios pelo país.

O professor e economista Rodolfo Silva define o consumo solidário como o ato de consumir produtos que satisfaçam as necessidades do consumidor, mas que também atendam aos preceitos da moral, ética ecológica e sustentabilidade. Ou seja, produtos que não agridam o meio ambiente e que contribuam para um desenvolvimento com justiça social.

De acordo com ele, a propagação das ideias do consumo solidário tem como objetivo fortalecer a proposta de uma sociedade mais justa, divulgando a atuação de grupos de trabalhadores que buscam uma conexão com o meio ambiente, através de uma produção mais limpa, livre de agrotóxicos e em menor escala, aliando o bem-viver com a transformação social.

Foi visando gerar este importante debate para a sociedade que o curso de Serviço Social da Uninter reuniu Rodolfo Silva e a assistente social e mestre em direito cooperativo, Gisele Carneiro, em um bate-papo sobre a alternativa inovadora que é a economia solidária.

Ao analisar o sistema econômico capitalista é possível identificar o consumo como resultado final de todo o processo produtivo. Rodolfo explica que o consumo e o lucro são os principais objetivos da cadeia produtiva e essa ideia sempre esteve associada ao progresso, o que tem gerado a devastação dos recursos naturais e condenado o futuro das próximas gerações no planeta.

Para fugir dessa estrutura que vem condicionando nossa forma de agir, Gisele explica que é necessário enxergar o consumo como um ato político. Para ela, o consumo não precisa ser automático ou provocado por uma propaganda. É preciso resistir e procurar saber de onde estamos comprando, para avaliar se estamos contribuindo para uma sociedade igualitária ou opressora.

Gisele é consumidora solidária, participante da Rede Mandala: fortalecendo a economia solidária do campo e cidade. Uma rede que busca unir quem trabalha no campo com quem trabalha na cidade.

Durante o encontro promovido pela Uninter, ela respondeu muitas das interações dos alunos através do chat e admitiu que não é fácil ser consumidora dos empreendimentos econômicos solidários, já que é preciso muita pesquisa para encontrá-los. “Quando queremos contribuir através do nosso consumo para coletivos que se organizam de forma fraterna e democrática precisamos ir atrás, porque quem tem a mídia na mão não é a economia solidária. Quem tem a mídia na mão é o capital”, afirma.

Gisele fez questão de ressaltar que quem entra nessa rede de consumidores não vai ser tratado somente como o cliente que está apenas destinando seu dinheiro. De acordo com ela essa ação não é um ato frio: “Essas pessoas serão vistas e tratadas como seres humanos, com todo o cuidado, porque o objetivo não é o lucro, capital ou acumulação, mas sim o bem viver. É claro que quem trabalha precisa ter renda, mas esse não é objetivo central. O que nos move é o bem viver coletivo”.

Para saber mais sobre a economia solidária e conferir o bate-papo completo, acesse a página de Serviço Social Uninter.

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Autor: Bárbara Possiede - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Ready made/Pexels


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