Conscientização sobre o Parkinson

Autor: Viviane Oliveira de Melo (*)

A doença de Parkinson é uma patologia neurodegenerativa. Isto significa que o tecido nervoso, em algumas regiões, vai morrendo e fazendo com que o sistema nervoso deixe de exercer determinadas funções. No caso desta doença, os neurônios dopaminérgicos dos núcleos da base do cérebro são atingidos, comprometendo, por exemplo, a motricidade fina e a expressão facial.

Dentre as doenças neurodegenerativas, a doença de Parkinson é a com segunda maior ocorrência. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, a estimativa era de 8,5 milhões de pessoas no mundo com o diagnóstico. Além dos problemas emocionais oriundos da condição, da evolução em si desta doença sem um tratamento curativo, trata-se de uma patologia de característica crônica e progressiva.

As pessoas parkinsonianas ainda lidam com o estigma social, com o preconceito, podendo se sentirem menosprezadas, constrangidas e até envergonhadas por sua condição. Tudo isso em virtude da forma como são olhadas, pelas falas próximas em tom de pena e o pré-julgamento de não serem capazes de realizar diversas atividades. De tal modo, muitos parkinsonianos preferem se isolar, agravando ainda mais a condição, especialmente a depressão, que é comum nesta doença devido à falta do neurotransmissor dopamina e pelos sentimentos de tristeza e ansiedade decorrentes do diagnóstico e das alterações motoras (tremor, lentidão, face em máscara, rigidez muscular, fala arrastada, dificuldade de equilíbrio).

É importante que a sociedade seja educada a não olhar o parkinsoniano de maneira diferente e pré-julgar o que ele pode ou não realizar. Hoje, com medicação e fisioterapia, muitos conseguem levar suas tarefas cotidianas dentro da normalidade por um longo período. Os pacientes possuem dificuldades, mas conseguem ultrapassá-las.

Ainda merece destaque que o medo da doença faz diversos pacientes buscarem um diagnóstico e tratamento tardiamente, aumentando os índices de incapacidade e óbito. É importante que os parkinsonianos sejam incentivados a saírem, terem atividades normais de lazer, pois seu diagnóstico, assim como de todas as doenças, não retira a sua dignidade, enquanto ser humano e membro da sociedade, merecendo ser valorizado, cuidado e atendido com respeito, como qualquer outra pessoa

*Viviane Oliveira de Melo é especialista em Neuroaprendizagem, Piscomotricidade, Biotecnologia e tutora dos cursos de Pós-Graduação do Centro Universitário Internacional Uninter na área de Neurociência.

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Autor: Viviane Oliveira de Melo (*)
Créditos do Fotógrafo: Mike Marchetti/Base Image


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