Conhecimento determina o poder de escolha do empregado

As empresas estão cada vez mais procurando por profissionais intraempreendedores. Esse é o tipo de colaborador em constante análise do ambiente organizacional, disposto a fazer com que coisas novas aconteçam. A conclusão é do empresário Vitor Torres, fundador da Contabilizei, que neste ano recebeu o prêmio de empresa de contabilidade mais inovadora do mundo, segundo a revista Fast Company.

Torres participou da Semana da Gestão Uninter, realizada de 1º a 3 de outubro no campus Garcez da instituição, em Curitiba. Ele relatou como constituiu uma empresa e em três anos chegou 140 funcionários. Voltado para os alunos de Administração, o evento teve como tema Gestores Inovadores. Contou com 5 palestrantes e uma feira de economia solidária. Além de um grupo de chorinho e um músico para entreter o público.

Na Contabilizei a inovação está atrelada à tecnologia. Tudo acontece virtualmente e assim foi possível reduzir em 90% os custos que as micro e pequenas empresas têm com o contador. “Substituímos o contador por completo. A gente cumpre todas as obrigações legais, então somos um ‘contador nuvem’, como se fosse um banco digital. Atendemos mais de cinco mil empresas em todo o Brasil”, explica Torres.

Para Torres, outro fator determinante para que carreiras sejam exponenciais é trabalhar com o que se gosta. Uma pessoa fica em média quatro anos trabalhando na empresa e em seguida troca. Esse ciclo se repete várias vezes ao longo da vida, fazendo com que durante a vida a pessoa passe por 15 a 20 empregos. O que não acontece quando se trabalha com aquilo que se gosta. “Na verdade, essas pessoas ainda não encontraram a paixão delas”, analisa.

A depender do grau de conhecimento adquirido na sua área de atuação, quem tem o poder é o empregado e não o empregador. “A empresa busca talentos, ela quer o melhor dos melhores, mas ao mesmo tempo se você é uma pessoa boa, você pode escolher qual oportunidade você quer”, diz Torres. Quanto maior o conhecimento profissional, maiores serão as possibilidades de escolha.

Segundo Ademir Bueno, professor do curso de Administração e responsável pela organização da Semana da Gestão, a intenção era de chamar a atenção dos alunos para o tema principal e agregar conhecimento. “Porque inovação é algo que toda empresa precisa o tempo inteiro. Então, a intenção era chamar a atenção nesse ponto para que eles se preocupem um pouco mais e desenvolvam esse potencial. Foi pensando nisso que a gente organizou o evento”, diz.

Dilmar Casella, que há 13 anos atua com palestras e treinamentos, falou sobre inovação na gestão, liderança e criatividade de uma maneira diferente e descontraída. Com trechos de filmes e músicas, instigou os alunos a saírem da chamada zona de conforto e a pensarem um pouco fora da caixa sobre a construção da própria carreira. “Muitos dos presentes serão os gestores do futuro, se já não são do presente. Como ganhar qualidade no que vão fazer lá na frente? Ganhar performance?” O palestrante deixou a dica. “O segredo para a criatividade e inovação está em ousar, e renovar-se a cada dia”.

Letícia Costa

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