Conheça a campanha que está movimentando Sombrio

Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de Jornalismo

A pandemia do novo coronavírus está impactando a todos e obrigando as pessoas a mudar as formas de interação social. Mesmo para quem ensina e estuda na modalidade a distância, o que de certa forma facilita a adaptação aos tempos atuais, foi preciso encarar os desafios impostos pelo isolamento social.

O polo de Sombrio (SC) resolveu enfrentar a impossibilidade de realizar atividades presenciais com uma ostensiva presença virtual. Diversos eventos, antes sediados no polo, ganharam espaço nas redes sociais e em plataformas de reunião online. E para manter a motivação dos alunos em tempos de isolamento, a orientadora de estudos do curso de Pedagogia, Josiane Medeiros, desenvolveu a campanha “Eu, você, Uninter – Juntos!”.

“A campanha surgiu justamente com o objetivo de tentar aliviar a tensão da pandemia, da quarentena. Eu via pelas redes sociais vários desafios e aí surgiu a ideia de lançar esse desafio com o intuito mais pedagógico, até para que a gente fosse acompanhando como as pessoas estavam se organizando para estudar em casa”, explica Josiane.

Estudantes de Pedagogia, em sua grande maioria mulheres, foram convidadas a enviar um vídeo de até um minuto contando como elas estavam lidando com as adversidades do momento, e para mostrar também o seu lugar de estudos em casa.

A adesão foi, nas palavras da tutora, fantástica. Josiane conta que costumava atender os alunos presencialmente, mesmo em se tratando de um curso a distância. Com as regras de distanciamento, a internet se converteu em sala de aula. “É praticamente um atendimento individualizado, via whatsapp. Estamos utilizando o Zoom para fazer aulas online. Aqueles alunos que têm um pouco mais de dificuldade, a gente faz vídeo-chamada individual. Usamos todos os recursos possíveis para que o aluno não se sinta perdido. Para que ele não se sinta só nesse momento”, explica.

A conjuntura atual mexe com a rotina de estudo dos alunos. Alguns estão sofrendo as consequências da crise econômica que o Brasil já vivia e foi agravada pela chegada da Covid-19. “Semana passada eu conversava com uma aluna que estava bastante abalada, porque pessoas em volta dela tinham sido demitidas. O irmão tinha sido demitido, então ela não estava conseguindo fazer as provas. A gente tenta até fazer um trabalho psicológico com esses alunos para que eles possam superar esse momento difícil, porque é um momento difícil para todos nós, mas vai passar. O que eu vejo dos meus alunos é um temor de perder o emprego”, comenta Josiane.

Além da situação econômica, há também outras limitações que tiveram que ser contornadas pela administração do polo, como a baixa qualidade da internet em áreas mais remotas do estado de Santa Catarina. “Foi um grande desafio. Procurei dar toda a orientação possível para que elas pudessem realizar as provas online”. E quem não conseguiu fazer as provas, teve atendimento presencial seguindo os protocolos de segurança vigentes na região de Sombrio.

“Estamos atendendo todos os alunos que não conseguiram fazer as provas porque não têm os equipamentos necessários ou a internet não funciona direito. Nós fizemos uma escala para atender a todos os alunos com segurança e para nós também, com máscara, luva, horários diferentes, no máximo dois alunos por vez”, comenta Josiane.

A campanha não parou no primeiro desafio. Mais atividades foram propostas por Josiane a suas alunas: “Fomos lançando outros desafios. Desafio da poesia, conte uma história…  Aliamos as ações com o projeto Abril com os livros, e tivemos uma adesão fantástica. Elas estão participando ainda, fazendo os desafios, nós deixamos em aberto para que fossem fazendo na medida em que se sentissem encorajadas e deu muito certo”.

Para Josiane, os tempos atuais só reforçam a importância da ciência e do conhecimento para a sociedade. “Em uma das aulas, comentei com os alunos que as grandes mudanças que tivemos no mundo surgiram de momentos como esse: pandemias, guerras. Nada será como antes, as coisas vão mudar, vamos mudar a maneira de ver o mundo daqui para frente. Penso de uma maneira mais humana, aí se vê a importância de se ter profissionais capacitados, que continuem estudando. Acredito que sairemos mais fortes disso, tenho certeza”, finaliza.

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Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo PAP Sombrio


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